Em artigo intitulado “Cada povo tem o governo que merece”, publicado na Tribuna da Bahia na manhã desta quarta-feira (19/06/2025), o escritor e ex-deputado Joaci Góes faz uma análise crítica da situação da infraestrutura, segurança pública, saneamento e educação na Bahia, com ênfase nos problemas de gestão e nas prioridades equivocadas do governo estadual e federal em relação ao estado.
O texto é direcionado ao amigo pessoal do autor, Eduardo Meirelles Valente, e inicia com uma constatação objetiva: “Nada há de maior interesse para o povo baiano do que os temas relativos à sua segurança física e bem-estar geral.” Segundo Góes, o avanço dessas dimensões depende diretamente de educação de qualidade, saneamento básico universal, redução da criminalidade e melhoria na infraestrutura material, áreas em que, afirma o autor, a Bahia registra desempenho insatisfatório e tendências preocupantes.
Críticas à ponte Salvador-Itaparica e à negligência estrutural
Um dos principais alvos do artigo é a construção da ponte Salvador-Itaparica, orçada em bilhões de reais. Para Góes, o projeto é dispendioso e de prioridade questionável, sobretudo diante do colapso de outras estruturas essenciais. Ele exemplifica com a situação crítica da ponte sobre o rio Jequitinhonha, no sul do estado, em processo de total interdição.
Em apoio à crítica, o autor cita o ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Carlos Gaban, que classifica o fechamento da ponte como causador de prejuízos econômicos severos, falência de negócios, desemprego, queda de arrecadação e transtornos logísticos. Gaban ainda critica o “silêncio dos políticos” e a baixa repercussão do tema na mídia regional.
Ausência de protagonismo político e desatenção do governo federal
Góes também dirige críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, observando que o chefe do Executivo foi reiteradamente eleito com expressiva votação na Bahia, mas, segundo o autor, tem deixado de atuar em favor da recuperação da infraestrutura estadual. Em suas palavras, “muito mais útil ao País […] seria o Presidente Lula […] mandar cuidar da manutenção de nossa precária infraestrutura de transporte”.
O autor menciona o empresário Roberto Oliva, presidente da Intermarítima, como exemplo de liderança técnica capaz de contribuir com soluções para os gargalos logísticos da Bahia. No entanto, lamenta a “arrogância oficial”, que, segundo ele, dispensa a colaboração de especialistas em nome de posturas ideológicas ou de centralização decisória.
Alerta simbólico e frase final
No encerramento, o autor recorda o desabamento da cúpula do altar da Igreja de São Francisco, em Salvador, com a morte de uma jovem paulista, como símbolo do abandono do patrimônio cultural baiano. O episódio, diz Góes, é emblemático do desleixo com o parque cultural do estado e da inversão de prioridades públicas.
Concluindo com uma citação do pensador Joseph de Maistre, o autor afirma: “Cada povo tem o governo que merece”, chamando atenção para a necessidade de responsabilidade política e vigilância cívica por parte da sociedade baiana.
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