Em entrevista exclusiva concedida na sexta-feira (13/06/2025) ao Jornal Grande Bahia, o o prefeito de Andaraí e presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Wilson Paes Cardoso (PSB), realizou uma análise detalhada do cenário político estadual e federal. Na conversa, Cardoso avaliou positivamente as atuações do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), e do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT). Ele também abordou as articulações para a eleição ao Senado em 2026, projetando um entendimento entre os líderes da base governista, e comentou sobre a relação de amizade com o senador Jaques Wagner (PT), além de avaliar a gestão do prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho (União Brasil).
Avaliação da Atuação do Ministro Rui Costa
Questionado sobre o desempenho do ministro da Casa Civil do Governo Lula 3, Wilson Cardoso classificou a atuação de Rui Costa como um “orgulho para a Bahia”. Ele relembrou a gestão de Costa como governador de 2015 a 2023, destacando os investimentos realizados nos 417 municípios baianos.
“Iniciada no Governo Wagner (2007 a 2015), foi a gestão de Rui Costa que se destacou por ampliar a atuação dos consórcios públicos multifinalitários e por instituir os Consórcios Regionais de Saúde, iniciativa que viabilizou a implantação das Policlínicas Regionais de Saúde, atualmente em número superior a vinte. Essa política resultou em uma dinâmica administrativa mais eficiente, com redução de custos para as gestões municipais, com ampliação dos serviços oferecidos à população. Esse trabalho está tendo continuidade sob a liderança do governador Jerônimo Rodrigues, que tem mantido o compromisso com o fortalecimento da regionalização da saúde e da gestão consorciada”, afirmou Wilson Cardoso.
No governo federal, o presidente da UPB afirmou que o ministro desempenha o papel importante ao garantir a estabilidade da gestão. “Ele dá tranquilidade ao presidente Lula”, declarou Cardoso, ao descrever o ministro como uma figura centralizadora que analisa todos os documentos antes da sanção presidencial. Segundo ele, a relação de Costa com os prefeitos baianos permanece forte, com um reconhecimento pelo trabalho realizado no estado.
Cenário Político para o Senado em 2026 e a União do Grupo
Um dos pontos centrais da entrevista foi a projeção para a disputa ao Senado em 2026, que pode incluir nomes como o do próprio Rui Costa, do senador Jaques Wagner, que buscaria a reeleição, e do senador Angelo Coronel (PSD). Diante deste cenário, Cardoso se mostrou confiante na coesão do grupo político.
“Eu avalio que eles vão se entender”, afirmou, referindo-se aos principais líderes:
- Jaques Wagner (PT): Definido como um “conciliador” e o articulador original do grupo.
- Rui Costa (PT): Considerado um nome com vasta experiência e competência para o Senado.
- Jerônimo Rodrigues (PT): Visto como um sucessor que teve bons professores. Ele é um excelente gestor que vem dando continuidade à agenda administrativa de seus antecessores com avanços significativos. Entre os destaques de sua gestão estão a implantação de escolas em Tempo Integral em diversos municípios baianos e o projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), cuja linha parte do Subúrbio Ferroviário de Salvador e se estende até municípios da Região Metropolitana. Essa iniciativa posiciona a Bahia como o segundo maior sistema metroviário do país, em extensão operacional.
- Angelo Coronel (PSD): Reconhecido como uma liderança municipalista de destaque, é autor de leis que beneficiaram os municípios ao promover a redução da carga tributária relacionada ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), contribuindo para o reequilíbrio fiscal das administrações locais.
Cardoso minimizou a possibilidade de um racha, afirmando que a definição sobre a composição da chapa será tratada apenas no próximo ano. Ele demonstrou confiança de que a cooperação e a relação de afinidade entre o senador Jaques Wagner, líder do PT na Bahia, e o senador Otto Alencar, uma das principais lideranças nacionais do PSD, garantirão a manutenção da unidade política.
“Tenho a absoluta certeza que o nosso grupo vai marchar unido mais uma vez”, pontuou.
Análise do Governo Jerônimo Rodrigues na Bahia
Ao analisar a gestão do governador Jerônimo Rodrigues (PT), o presidente da UPB mencionou uma aprovação de 61%, segundo pesquisas recentes. Ele atribuiu o bom desempenho à continuidade administrativa, com a conclusão de obras da gestão anterior, e ao início de novos projetos.
“O governo dele começou concluindo muitas obras que Rui Costa deixou e agora está começando a entregar obras já do governo dele“, explicou.
Para Cardoso, a popularidade do governador tende a crescer com as novas entregas. Sobre a reeleição, a avaliação foi direta:
“Hoje, seria uma reeleição tranquila no primeiro turno”.
Relação com os Municípios e a Oposição
Um aspecto destacado por Cardoso foi a relação do governador Jerônimo com os gestores dos 417 municípios da Bahia, incluindo os administrados por prefeitos de oposição. Ele classificou o diálogo como “de excelência” e informou que cerca de 40 prefeitos que não pertenciam à base governista já aderiram ao grupo, um movimento que ele atribui ao tratamento republicano da atual gestão estadual.
Perspectivas para a Política de Feira de Santana
Ao final da entrevista, Wilson Cardoso, que também tem sua trajetória empresarial ligada a Feira de Santana, comentou a gestão do prefeito José Ronaldo de Carvalho. Ele citou pesquisas que indicam uma aprovação de 56% para os primeiros meses do mandato, com tendência de alta.
Questionado sobre uma futura aliança entre José Ronaldo, historicamente no campo da oposição, e a base do governador Jerônimo, Cardoso expressou uma expectativa pessoal.
“Muitos políticos externam o desejo de ver Zé Ronaldo na base aliada do Governo Jerônimo. Acho que todo mundo ganha: a Bahia e Feira de Santana”, concluiu o presidente da UPB.
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