Senado aprova cotas para mulheres em conselhos de estatais

Nova legislação estabelece mínimo de 30% de participação feminina em até três anos.
Nova legislação estabelece mínimo de 30% de participação feminina em até três anos.

O Senado Federal aprovou nesta terça-feira (24/06/2025) o Projeto de Lei 1.246/2021, que determina a reserva de 30% das vagas nos conselhos de administração de estatais para mulheres, com cota adicional para mulheres negras ou com deficiência. O texto segue para sanção presidencial.

Objetivo da proposta

A iniciativa busca ampliar a representação feminina em posições de liderança em empresas públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias ou controladas. O projeto é de autoria da deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) e foi aprovado com uma alteração de redação no Senado.

Dados do IBGE mostram que, em 2024, as mulheres ocupavam apenas 39,3% dos cargos gerenciais, embora representem a maioria da população.

Critérios e prazos para implementação

A adoção das cotas será gradual ao longo de três anos:

  • 10% das vagas no primeiro ano

  • 20% no segundo ano

  • 30% no terceiro ano

Dentro da cota total, 30% das vagas serão destinadas a mulheres autodeclaradas negras ou com deficiência. A política de cotas será revisada após 20 anos.

Empresas que não cumprirem a norma ficarão impedidas de deliberar em conselhos de administração. Embora a obrigatoriedade se aplique a estatais, o Executivo poderá criar incentivos para que empresas privadas adotem medidas semelhantes.

Transparência e monitoramento

O projeto exige a divulgação anual de dados sobre a presença feminina nas esferas de liderança, incluindo:

  • Proporção de mulheres em cargos administrativos

  • Remuneração média por cargo e por gênero

  • Evolução dos indicadores ao longo do tempo

Essas informações devem ser publicadas por empresas estatais e também por companhias abertas.

Debate durante a votação

A sessão foi presidida pela senadora Leila Barros (PDT-DF), líder da bancada feminina, que articulou a votação do projeto. Ela destacou a importância de medidas legislativas para garantir avanços na equidade de gênero em espaços de poder.

Senadoras e senadores expressaram posições divergentes.

  • Damares Alves (Republicanos-DF) apoiou a proposta, destacando a necessidade de ações legais para ampliar a participação feminina.

  • Cleitinho (Republicanos-MG) declarou voto favorável, ressaltando que o machismo ainda limita o acesso das mulheres a cargos de liderança.

  • Izalci Lucas (PL-DF) defendeu critérios técnicos para cargos em conselhos e propôs aperfeiçoamento na legislação futura.

  • Eduardo Girão (Novo-CE) se posicionou contra o modelo de cotas, argumentando que representa uma forma de discriminação.

  • Soraya Thronicke (Podemos-MS) destacou que o debate público sobre o tema revela o posicionamento dos parlamentares e promove transparência sobre seus votos.

*Com informações da Agência Senado.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.