A vitória de Ana Carolina foi construída a partir de um processo de articulação entre diferentes correntes internas do partido, além de uma mobilização direta com movimentos sociais e a militância nos territórios populares da cidade. O PED de 2025, segundo a nova presidente, foi o mais mobilizado da história do PT em Salvador.

“Essa foi a eleição mais mobilizada da história do PT em Salvador. A votação que tive é a maior já registrada no PED na cidade. É reflexo de uma grande unidade construída entre as forças políticas e sociais do partido, com diálogo direto com a militância, com as zonais e com os territórios populares”, afirmou Ana Carolina após o anúncio oficial do resultado.

Diretrizes da nova gestão

A nova presidente do PT em Salvador afirmou que o mandato será pautado por três eixos centrais:

Reestruturação do diálogo com a base e os territórios populares
Valorização das zonais e dos núcleos territoriais
Reposicionamento do partido com um perfil mais conectado à esquerda e às pautas populares

“Esse processo foi construído com muito diálogo e escuta. A base quer ser ouvida. As pessoas que estão lá na ponta, nos bairros, nas zonais, querem participar e construir junto. E foi essa escuta que gerou essa mobilização histórica que vimos nas urnas”, acrescentou Ana Carolina.

A dirigente destacou ainda a necessidade de ampliar a presença do partido no debate urbano de Salvador, reforçando o vínculo com as lutas populares, os movimentos sociais e a juventude. A sigla, que atualmente conta com apenas uma vereadora na Câmara Municipal, Marta Rodrigues, busca recompor sua força política na cidade diante da hegemonia de gestões de centro-direita ao longo das últimas décadas.

“A cidade tem uma desigualdade profunda, agravada por um modelo político que governa Salvador de costas para o povo. Vamos construir um partido mais presente nas lutas do povo soteropolitano e apresentar um projeto alternativo, popular e participativo”, concluiu.

Perspectivas eleitorais e articulação política

A eleição de Ana Carolina ocorre em um momento de reorganização do campo progressista em Salvador, às vésperas do processo eleitoral de 2026. Sua gestão será determinante para a definição da tática eleitoral do partido, da formação de alianças e da construção de um programa de governo voltado para a redução das desigualdades sociais na capital baiana.

Além disso, a nova direção local do PT deverá atuar em sintonia com os diretórios estadual e nacional da legenda, especialmente no que diz respeito à relação com o Governo da Bahia, comandado pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), e com o governo federal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.