Bahia inaugura Parque Aeroespacial com foco em inovação, formação técnica e desenvolvimento industrial

Na sexta-feira (18/07/2025), o Governo da Bahia inaugurou o Parque Industrial e Tecnológico Aeroespacial da Bahia, localizado na Base Aérea de Salvador. Com investimento de R$ 650 milhões, o complexo já conta com empresas instaladas e oferece cursos técnicos e de pós-graduação na área aeronáutica. O projeto visa impulsionar a economia do conhecimento, gerar empregos qualificados e posicionar o estado como referência em inovação e indústria aeroespacial.
Foto: Base Aérea de Salvador abriga novo complexo tecnológico voltado à indústria aeroespacial, fruto de parceria entre governo estadual, Força Aérea Brasileira e SENAI CIMATEC.

O Governo da Bahia inaugurou nesta sexta-feira (18/07/2025) o Parque Industrial e Tecnológico Aeroespacial da Bahia, o segundo equipamento dessa natureza no Brasil, ao lado do já consolidado polo de São José dos Campos (SP). Localizado na Base Aérea de Salvador, o projeto contou com investimento de R$ 650 milhões em infraestrutura e resulta de parceria entre o Governo do Estado, o Ministério da Defesa, a Força Aérea Brasileira (FAB) e o SENAI CIMATEC.

O complexo inicia suas atividades com duas empresas já instaladas, quatro em processo de implantação e a primeira turma do curso técnico de Manutenção em Aeronaves, voltado à capacitação de jovens para o setor.

Estrutura estratégica e vocação tecnológica

A escolha da Base Aérea de Salvador como sede foi justificada pela FAB devido à infraestrutura logística já existente, incluindo pista de pouso e área de grande extensão. De acordo com o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Damasceno, a localização é estratégica para o desenvolvimento do setor no Brasil e na América Latina. “A Base Aérea de Salvador oferece condições ideais para operações e atração de empresas do segmento aeronáutico”, afirmou.

Segundo o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Angelo Almeida, que representou o governador Jerônimo Rodrigues na solenidade, o empreendimento simboliza uma mudança no perfil produtivo baiano. “Estamos inaugurando um novo ciclo econômico, pautado pela aeronáutica e pela economia do conhecimento”, declarou.

Formação de mão de obra e impacto social

O parque também nasce com forte ênfase em formação técnica e qualificação de mão de obra especializada. Conforme explicou o secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Augusto Vasconcelos, o curso de mecânico de aeronaves oferece vagas gratuitas para jovens de baixa renda, promovendo inserção em um mercado de trabalho com salários superiores à média nacional.

O estudante Fábio Pinto, 41 anos, ex-mecânico automotivo, ilustra o perfil de beneficiários da iniciativa.

Minha meta é, em dois anos, estar trabalhando com aviões; este curso antecipa o sonho sem precisar buscar formação fora da Bahia”, afirmou.

Perspectiva industrial e acadêmica

A vocação tecnológica do complexo é reforçada pela atuação do SENAI CIMATEC, que já iniciou um programa de pós-graduação em Engenharia Aeronáutica e prepara o lançamento de cursos em Engenharia de Sistemas. O parque abriga empresas nas áreas de drones, veículos aéreos não tripulados (eVTOL) e soluções tecnológicas voltadas à indústria 4.0.

De acordo com André Oliveira, superintendente de novos negócios do SENAI CIMATEC, o objetivo é criar um ecossistema de inovação.

A meta é construir uma nova cadeia industrial e consolidar um centro de referência em pesquisa e desenvolvimento aeroespacial”, afirmou.

Implicações estratégicas

A implantação do Parque Aeroespacial da Bahia representa um movimento relevante de diversificação econômica em um estado historicamente dependente de setores tradicionais como o agroindustrial e o comércio. O investimento público massivo — R$ 650 milhões — exige, contudo, acompanhamento rigoroso quanto aos retornos sociais, tecnológicos e fiscais, sobretudo em tempos de restrição orçamentária e demandas urgentes em áreas como saúde e segurança pública.

Além disso, o sucesso do empreendimento dependerá da capacidade de integração entre academia, setor privado e governo, evitando que a infraestrutura tecnológica instalada se transforme em ativo subutilizado. É necessário garantir incentivos contínuos à inovação, qualificação técnica em larga escala e inserção internacional, consolidando a Bahia como polo da nova economia do conhecimento.


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