A presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff, afirmou nesta quarta-feira (09/07/2025) que o banco planeja que 30% de sua carteira de financiamentos esteja denominada em moedas locais até 2026. Segundo ela, a iniciativa visa ampliar o acesso ao crédito em condições mais vantajosas para os países membros do Brics, reduzindo os riscos cambiais e promovendo o desenvolvimento sustentável.
Durante participação no seminário “A Transição Energética e a Sustentabilidade do Futuro”, realizado na sede do BNDES, no Rio de Janeiro, Dilma destacou que o uso de moedas locais em financiamentos multilaterais pode resultar em taxas de juros menores e maior segurança para os países em desenvolvimento. Ela ressaltou que a dependência do dólar ou do euro em empréstimos de longo prazo pode expor os financiamentos a riscos elevados devido à oscilação das moedas internacionais e à falta de controle sobre políticas monetárias externas.
“Atualmente, cerca de 25% da carteira do NDB está denominada em moedas locais”, afirmou Dilma, que reforçou a meta de aumentar essa proporção para 30% em 2026, posicionando o banco na vanguarda das instituições multilaterais que adotam essa prática. Ela explicou que a estratégia ajuda a mitigar os riscos cambiais que afetam setores como o privado, que podem ser impactados pela desvalorização da moeda local e elevação das taxas de juros.
A presidente do NDB também comentou que os países emergentes enfrentam desafios significativos para acessar financiamento, e que plataformas como o NDB e bancos nacionais de desenvolvimento são fundamentais para suprir essa demanda. Ela mencionou que o banco atua no financiamento de projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável, destacando a importância do banco para os membros do Brics.
A adoção crescente do uso de moedas locais em financiamentos multilaterais tem provocado reações políticas externas. Dilma citou que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou medidas consideradas “antiamericanas”, incluindo a estratégia do banco para reduzir o uso do dólar.
O NDB, conhecido como Banco do Brics, foi criado para mobilizar recursos entre os países do bloco — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — e outros membros associados, atualmente 11 no total, incluindo Emirados Árabes, Bangladesh, Egito, Argélia, Uzbequistão e Colômbia.
Desde sua criação em 2014, o banco aprovou 122 projetos de investimento que totalizam cerca de US$ 40 bilhões. No Brasil, foram aprovados 29 projetos, somando US$ 7 bilhões em financiamentos, com desembolso efetivo de US$ 4 bilhões, equivalente a 18% do total liberado pelo banco.
*Com informações da Agência Brasil.
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