Governador Jerônimo discute impacto das tarifas dos EUA com setor industrial e articula medidas com o Governo Lula

Governador baiano reforça articulação nacional para enfrentar barreiras comerciais dos EUA e preservar empregos e investimentos no estado.
Governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, agenda reunião com representantes da FIEB para avaliar os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos e definir estratégias de resposta conjunta.

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, anunciou nesta quarta-feira (30/07/2025) a realização de reuniões com o setor empresarial, outros governadores e representantes do Governo Federal com o objetivo de avaliar os impactos econômicos do decreto assinado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que oficializa tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. A medida afeta especialmente setores estratégicos da indústria nacional, como aço, celulose, petroquímicos e bens manufaturados.

O chefe do Executivo baiano retomará o diálogo com a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) na segunda-feira (04/08), quando será realizada uma nova rodada do grupo de trabalho criado no início de julho. Na sequência, Jerônimo participa de agendas em Brasília nos dias 05 e 06 de agosto, incluindo encontros com o Consórcio Nordeste e ministros do governo Lula, com o intuito de formular respostas conjuntas e articuladas entre os estados e a União.

Os governadores do Nordeste irão discutir numa assembleia para levar até o presidente Lula o nosso olhar e as nossas decisões. Nosso desejo é que a gente consiga chegar a um status onde o diálogo diplomático possa acontecer”, afirmou o governador, reforçando a disposição por uma solução negociada, mas sem abrir mão da soberania nacional.

Impacto regional e articulação conjunta

As tarifas unilaterais impostas pelos Estados Unidos têm gerado preocupação nos setores produtivos baianos. Em especial, empresas exportadoras de celulose, químicos e derivados de petróleo, com forte presença no estado, estão entre as mais impactadas. A FIEB já iniciou um levantamento técnico dos efeitos da medida sobre a balança comercial da Bahia e sobre a cadeia de empregos industriais.

A proposta discutida entre o governo estadual e o setor empresarial prevê, além do mapeamento dos danos, a busca por novos mercados internacionais, o reforço de incentivos fiscais estaduais, e a articulação com o Itamaraty e os Ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Declaração pública e crítica política

Por meio de suas redes sociais, Jerônimo Rodrigues criticou a decisão da Casa Branca, classificando-a como unilateral e danosa aos interesses bilaterais. Segundo ele, a medida compromete contratos e investimentos já firmados e prejudica a relação diplomática entre Brasil e Estados Unidos.

Acreditamos que essa decisão é alimentada por narrativas falsas da extrema direita brasileira, e, por isso, seguiremos firmes na defesa do nosso Brasil soberano. As exceções à tarifa mostram que ainda há espaço para o diálogo, e o presidente Lula tem reafirmado essa disposição. Mas a soberania do Brasil não se negocia”, escreveu o governador.

Ele também reiterou que a Bahia continuará dialogando com os setores produtivos, promovendo alternativas para preservar empregos e atrair investimentos, mesmo diante do cenário externo adverso.

Reações em Brasília e possível retaliação

No Congresso Nacional, parlamentares da base aliada e da oposição já apresentaram propostas de medidas de reciprocidade comercial contra produtos norte-americanos. Enquanto isso, o Ministério das Relações Exteriores avalia acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC), argumentando que a tarifa desrespeita princípios de proporcionalidade e não discriminação.

A expectativa é que os governadores do Consórcio Nordeste elaborem um documento conjunto a ser entregue ao presidente Lula, reforçando a necessidade de uma resposta firme e coordenada, sem descartar ações compensatórias internas para amortecer os efeitos da tarifa nos estados mais prejudicados.

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