MPBA, PF e PM deflagram Operação Convictus e prendem oito pessoas por tráfico e lavagem de dinheiro na Bahia; Foram cumpridos mandados em Feira de Santana e RMS

Polícias e Ministério Público miram facção envolvida em tráfico interestadual de drogas e armas.
Ação conjunta do MPBA, PF e PM cumpre mandados em Salvador, RMS e Feira de Santana. Organização movimentou mais de R$ 5 milhões com drogas, armamentos e empresas de fachada.

Oito pessoas foram presas na manhã desta quinta-feira (31/07/2025) durante a deflagração da segunda fase da Operação Convictus, realizada pelo Ministério Público da Bahia (MPBA), por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas), em parceria com a Polícia Federal (PF) e com apoio da Polícia Militar da Bahia (PMBA). A ofensiva teve como foco o desmantelamento de uma organização criminosa responsável pelo tráfico interestadual de drogas e armas, além da lavagem de capitais em grande escala.

A operação foi executada em Salvador, na Região Metropolitana (RMS) e em Feira de Santana, com o cumprimento de oito mandados de prisão preventiva, 11 mandados de busca e apreensão, bloqueio judicial de contas bancárias, sequestro de bens e restrições a veículos registrados em nome dos investigados.

As investigações tiveram início a partir do monitoramento de um narcotraficante inicialmente vinculado a uma facção criminosa, que passou a operar de maneira autônoma e estratégica, negociando com múltiplas organizações criminosas rivais. O grupo movimentava altas quantidades de drogas, com destaque para maconha tipo skunk, cocaína, crack, ecstasy, lança-perfume, tetracaína e cafeína.

Segundo o MPBA, os entorpecentes eram distribuídos majoritariamente em Salvador e municípios da Região Metropolitana, com o uso de logística própria e apoio de uma rede de colaboradores.

Organização também negociava armamento pesado e munição antiaérea

Além do narcotráfico, o grupo atuava na aquisição e revenda de armamento pesado, incluindo pistolas, fuzis e metralhadoras. As investigações apontaram tratativas para obtenção de munição antiaérea, fato que reforça o potencial bélico da organização e seu envolvimento direto em conflitos armados entre facções rivais.

Esquema de lavagem de dinheiro envolvia empresas de fachada e veículos de luxo

Um dos eixos principais da investigação revelou um complexo esquema de lavagem de dinheiro, estruturado por meio da criação de empresas de fachada, uso de contas bancárias de terceiros, comercialização de veículos de luxo e operações financeiras com lojas de automóveis. As transações identificadas ultrapassam R$ 5 milhões, valor que poderá aumentar com o avanço da perícia em dispositivos apreendidos.

Mandados atingiram 69 pessoas físicas e jurídicas; valores e documentos foram recolhidos

A fase atual da operação atingiu 69 registros de CPFs e CNPJs, com bloqueio de ativos e veículos ligados aos investigados. Durante as diligências, os agentes apreenderam dispositivos eletrônicos, valores em espécie superiores a R$ 5 mil, além de documentos que comprovam a aquisição de bens e a movimentação de recursos ilícitos.

Integração institucional e uso de inteligência marcam avanço da Convictus

A Operação Convictus representa, segundo o MPBA, um modelo de cooperação institucional eficiente. A ação contou com planejamento baseado em inteligência policial, e reforça o compromisso das instituições no enfrentamento ao crime organizado, com foco na desestruturação financeira das facções e repressão qualificada às redes de narcotráfico e armamento.

Sofisticação das organizações criminosas

A Operação Convictus evidencia a sofisticação das organizações criminosas contemporâneas, cuja atuação vai além do tráfico convencional, incorporando práticas típicas de lavagem financeira empresarial e militarização armada. A articulação entre MPBA, PF e PMBA demonstra esforço conjunto para interromper ciclos de violência e enriquecimento ilícito. Contudo, o êxito da operação depende da continuidade processual, do congelamento efetivo de ativos e da responsabilização penal e econômica dos envolvidos, o que historicamente esbarra na lentidão judicial. Além disso, não foram divulgadas as identidades dos presos, nem eventuais conexões políticas ou institucionais do grupo, o que pode indicar cautela estratégica ou lacunas investigativas ainda em curso.

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