A Polícia Federal, em atuação conjunta com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MP-BA) e com apoio da Polícia Militar da Bahia, deflagrou na manhã desta quinta-feira (31/07/2024) a segunda fase da Operação Convictus, voltada à desarticulação de uma organização criminosa envolvida com o tráfico interestadual de drogas, armamentos e lavagem de dinheiro.
A ofensiva ocorreu simultaneamente em Salvador e municípios da Região Metropolitana (RMS), com cumprimento de oito mandados de prisão preventiva, além de 11 mandados de busca e apreensão, bloqueio judicial de contas bancárias, sequestro de bens e restrições de veículos via RENAJUD.
Organização criminosa operava com drogas, armas e transações milionárias
As investigações tiveram início com a atuação isolada de um narcotraficante que, após romper vínculos com a facção original, passou a negociar entorpecentes e armamentos de forma autônoma com diferentes grupos criminosos. A estrutura revelada na apuração indica um esquema de alto poder logístico e financeiro.
Entorpecentes, armas de guerra e facções rivais
A PF identificou que o grupo criminoso adquiria e distribuía grandes quantidades de drogas ilícitas, incluindo:
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Skunk (maconha modificada)
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Cocaína e crack
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Ecstasy, lança-perfume, tetracaína e cafeína
O destino principal dos entorpecentes era a capital baiana e cidades da RMS. Também foram documentadas tratativas para aquisição de armas de grosso calibre, como pistolas, fuzis e metralhadoras equipadas com munição antiaérea, destinadas a conflitos entre facções rivais em disputa territorial.
Esquema de lavagem de dinheiro utilizava empresas de fachada
Além do tráfico de drogas e armamentos, os agentes desmantelaram um sofisticado esquema de lavagem de capitais, baseado em:
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Empresas fictícias registradas em nome de terceiros
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Movimentações bancárias superiores a R$ 5 milhões
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Veículos de luxo e lojas de automóveis usadas para dissimulação patrimonial
A Justiça determinou o bloqueio de contas bancárias vinculadas a 69 CPFs e CNPJs, bem como a restrição judicial de veículos de alto valor, registrados em nome dos investigados, por meio do sistema RENAJUD.
Durante o cumprimento das medidas, foram apreendidos:
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Dispositivos eletrônicos
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Valores em espécie superiores a R$ 5 mil
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Documentos e comprovantes de bens e transações suspeitas
Operação reforça integração entre PF, MP-BA e PMBA
A Operação Convictus é conduzida com base no trabalho integrado entre instituições de segurança e persecução penal, destacando-se o uso de inteligência policial, cooperação interinstitucional e foco no desmantelamento financeiro de estruturas criminosas.
A PF reafirma que o objetivo é atingir o núcleo logístico e financeiro das organizações criminosas, minando suas fontes de renda e capacidade operacional.
Avanço do narcotráfico
A segunda fase da Operação Convictus expõe a persistência e a complexidade da atuação do crime organizado em áreas urbanas da Bahia, especialmente nas regiões periféricas de Salvador e RMS. O avanço do narcotráfico para além da lógica faccionada tradicional — com operadores independentes negociando com diversos grupos — aponta para um cenário fragmentado, mas altamente lucrativo, no qual a estrutura logística e financeira assume protagonismo.
A sofisticação dos mecanismos de lavagem, com uso de empresas de fachada e revendas de veículos, revela também falhas na fiscalização do sistema bancário e comercial. A operação, embora relevante, impõe o desafio de continuidade e aprofundamento das investigações, com foco nos elos empresariais e nos operadores financeiros que ainda permanecem à margem da responsabilização penal.
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