O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (29/07/2025) que o Brasil está aberto ao diálogo comercial com os Estados Unidos, mas que espera reciprocidade e respeito. A declaração foi feita em entrevista ao The New York Times, na qual Lula criticou a recente decisão do ex-presidente Donald Trump de impor tarifas a produtos brasileiros.
Segundo o presidente, a medida prejudica consumidores e produtores dos dois países, e não deve ser confundida com temas políticos, como o processo judicial envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Lula afirmou que o governo brasileiro tentou abrir canais diplomáticos com Washington, sem obter resposta efetiva.
Tentativas de diálogo com os EUA
Lula relatou que designou membros do alto escalão do governo brasileiro para negociar com seus equivalentes norte-americanos, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro da Fazenda Fernando Haddad e o ministro da Agricultura Carlos Fávaro. No entanto, de acordo com o presidente, a única manifestação oficial recebida foi a publicação do anúncio tarifário no site de Trump.
Para Lula, o formato da comunicação simboliza uma indisposição ao diálogo por parte dos Estados Unidos. Ele reforçou que o Brasil não aceitará imposições e buscará defender seus interesses de maneira soberana.
“O Brasil negociará como um país soberano”, afirmou.
Impactos comerciais e posicionamento político
Sobre os possíveis efeitos econômicos das tarifas, Lula utilizou uma analogia com o bug do milênio, indicando que é necessário aguardar para mensurar as consequências. Rejeitou também qualquer relação entre o caso judicial de Bolsonaro e as sanções econômicas, afirmando que o governo brasileiro não permitirá a mistura de assuntos comerciais com questões políticas.
“Se ele [Trump] quiser discutir comércio, vamos discutir comércio. Se for uma disputa política, vamos tratá-la como tal”, declarou.
O presidente também negou temer retaliações e defendeu equilíbrio nas relações bilaterais, afirmando que nenhum país deve impor sua vontade sobre o outro.
Alternativas de mercado e novos parceiros
Lula revelou que o governo já considera diversificar os mercados de exportação, com foco especial na China. Segundo ele, o país asiático representa uma alternativa viável para escoar produtos brasileiros caso os Estados Unidos mantenham as barreiras comerciais.
“Se os Estados Unidos não quiserem comprar, vamos procurar quem queira”, afirmou.
O presidente também rebateu críticas sobre seu posicionamento direto diante de Trump, reforçando que sua gestão está baseada na defesa dos interesses nacionais e no respeito à soberania dos Estados.
Isenções e panorama externo
Na segunda-feira (28/07/2025), o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, indicou a possibilidade de isenção de tarifas para determinados produtos como café e manga, mas não mencionou explicitamente o Brasil. A declaração ocorreu em evento na Casa Branca após a assinatura de uma ordem executiva por Trump.
*Com informações da Sputnik News.
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