O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu uma maior aproximação entre os países do Cone Sul, incluindo o Mercosul, e os membros do Sudeste Asiático, com foco na ampliação do comércio e da cooperação multissetorial. A declaração ocorreu durante a visita oficial do presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, ao Palácio do Planalto.
A visita marca a intensificação das relações diplomáticas entre Brasil e Indonésia, e reforça a prioridade conferida à Ásia na política externa brasileira, segundo o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty). O encontro foi realizado após a participação de Subianto na 17ª Cúpula do Brics, no Rio de Janeiro, realizada entre domingo (06/07/2025) e segunda-feira (07/07).
Brasil e Indonésia mantêm uma parceria estratégica desde 2008, com cooperação em áreas como agricultura, finanças, educação, energia, mineração, combate à pobreza e promoção do comércio e investimento. Como presidente do Mercosul no atual semestre, o Brasil pretende avançar nas negociações de um acordo com a Indonésia, país com 280 milhões de habitantes e quinta maior economia da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático).
Lula ressaltou a relevância econômica da Asean, bloco que reúne 680 milhões de pessoas e tem um PIB agregado de US$ 4 trilhões, sendo a quarta maior economia global. O presidente confirmou sua presença na cúpula da Asean em outubro, na Malásia, e anunciou que pretende fortalecer os laços com os países asiáticos.
Em relação ao comércio bilateral, o presidente destacou que em 2024 o fluxo comercial entre Brasil e Indonésia atingiu US$ 6,34 bilhões, com exportações brasileiras no valor de US$ 4,46 bilhões e importações de US$ 1,87 bilhão. A Indonésia já é o quinto maior destino das exportações do agronegócio brasileiro.
Lula mencionou o interesse em ampliar o comércio de carne bovina com a Indonésia, contribuindo para a segurança alimentar do país asiático. Também foram discutidas oportunidades nas áreas de aviação civil e produtos de defesa.
Outro ponto abordado foi a cooperação em minerais estratégicos, relevantes para a transição energética. O presidente brasileiro elogiou a política indonésia de incentivo ao beneficiamento local desses recursos e indicou que o Brasil poderá adotar medidas semelhantes.
Do lado indonésio, o presidente Subianto demonstrou interesse em cooperação tecnológica nos setores de agricultura, defesa e energia renovável, incluindo biocombustíveis. O Brasil irá enviar especialistas para intercâmbio técnico, a fim de compartilhar experiências em modernização agrícola e transferência de tecnologia militar.
Em temas globais, os dois presidentes demonstraram alinhamento em pautas como o fim da guerra na Ucrânia e a criação de um Estado palestino. Ambos defenderam o diálogo diplomático e criticaram a omissão internacional diante das violações de direitos em Gaza.
Também houve destaque para a cooperação em segurança alimentar e proteção ambiental. A Indonésia, que abriga a terceira maior floresta tropical do mundo, compartilha com o Brasil a participação no grupo Unidos por Nossas Florestas e no Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF). A parceria busca remunerar países em desenvolvimento pela preservação ambiental.
Por fim, Lula defendeu a criação de um mercado global de biocombustíveis, com base em regras definidas multilateralmente, e não de forma unilateral por países ou blocos econômicos. Brasil e Indonésia figuram entre os maiores produtores de bioenergia do mundo.
*Com informações da Agência Brasil.
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