Na sexta-feira (04/07/2025), o Banco Central divulgou o Relatório Focus, que reúne as expectativas de mercado para os principais indicadores macroeconômicos. A projeção da taxa básica de juros, Selic, foi mantida em 15,00% ao ano, enquanto a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou levemente para 5,18% ao final de 2025.
As estimativas refletem o cenário de incerteza econômica e política no país, com pressão sobre os preços e cautela quanto à condução da política monetária.
Inflação apresenta tendência de desaceleração
De acordo com os dados do relatório, a mediana das projeções para a inflação acumulada em 12 meses segue em queda moderada:
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IPCA de 2025: passou de 5,20% na semana anterior para 5,18% nesta semana.
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Para julho de 2025, a inflação mensal esperada é de 0,23%, estável em relação à semana anterior.
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Para agosto de 2025, a projeção caiu de 0,41% para 0,35%.
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A inflação suavizada dos últimos 12 meses está em 4,68%, abaixo dos 4,77% registrados há quatro semanas.
Essa redução nas expectativas indica percepção de controle gradual da inflação, apesar da Selic elevada.
PIB de 2025 tem leve revisão positiva
O Produto Interno Bruto (PIB) teve alta marginal na projeção para o ano de 2025, passando de 2,21% para 2,23%, segundo a mediana dos analistas consultados.
As projeções para os anos seguintes se mantêm constantes:
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2026 a 2028: expectativa de crescimento anual de 2,00%, demonstrando estabilidade nas perspectivas de médio prazo.
Câmbio permanece pressionado
As estimativas para a taxa de câmbio indicam estabilidade em patamar elevado, refletindo o ambiente externo adverso e incertezas fiscais internas:
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Projeção do dólar para o final de 2025: R$ 5,70
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Para os meses seguintes, o valor previsto segue em R$ 5,60, com viés de alta em razão da valorização global da moeda americana.
Indicadores fiscais e externos mantêm trajetória negativa
As expectativas para as contas públicas e o setor externo seguem sinalizando desafios estruturais:
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Resultado primário: déficit de -0,57% do PIB em 2025, com tendência de deterioração em 2026 (-0,66%)
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Resultado nominal: déficit de -8,70% do PIB
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Dívida líquida do setor público: estimada em 65,80% do PIB em 2025 e 70,00% em 2026
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Conta corrente: déficit de US$ 56,70 bilhões neste ano
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Investimento Direto no País (IDP): mantido em US$ 70 bilhões
Já a balança comercial deve encerrar o ano com superávit de US$ 73 bilhões, ligeiramente abaixo das previsões anteriores.
Juros elevados inibem retomada mais robusta
A manutenção da Selic em 15,00% reflete a estratégia do Banco Central de conter a inflação persistente, mas representa um obstáculo ao crescimento sustentado do setor produtivo. A taxa elevada encarece o crédito, desestimula o consumo e impacta os investimentos. A despeito da leve melhora nas expectativas de inflação, o mercado ainda não antevê espaço para cortes no curto prazo, o que revela desconfiança quanto à condução da política fiscal.
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