Secretária Roberta Santana alerta para risco de reintrodução do sarampo no Brasil durante reunião do Conass

Autoridades de saúde discutem estratégias para evitar nova epidemia de sarampo.
Secretária da Saúde da Bahia, Roberta Santana, participa da 7ª Assembleia do Conass, em Brasília, nesta quarta-feira (30/07/2025), com foco em estratégias de vigilância contra doenças imunopreveníveis.

Durante a 7ª Assembleia do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), realizada nesta quarta-feira (30/07/2025) na capital federal, a secretária da Saúde da Bahia, Roberta Santana, reforçou o alerta contra o risco de reintrodução do sarampo no Brasil. O encontro, que reuniu representantes de todos os estados brasileiros, teve como foco o fortalecimento das ações de vigilância epidemiológica e de cobertura vacinal no Sistema Único de Saúde (SUS).

A preocupação ganhou força após a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) destacar um aumento expressivo de casos de sarampo em países das Américas, como Canadá, Estados Unidos, México, Bolívia e Argentina. Esses surtos, aliados à alta circulação internacional, elevam o risco de casos importados impactarem fronteiras e centros urbanos brasileiros.

Mesmo com a revalidação do Brasil como país livre da circulação ativa do vírus em 2024, a ameaça permanece concreta. Somente em 2025, seis casos confirmados foram notificados em território nacional, revelando falhas pontuais na barreira imunológica coletiva.

Cobertura vacinal é foco das ações de prevenção

Para Roberta Santana, o fator decisivo no controle do sarampo está na manutenção de altas coberturas vacinais. “O ideal é manter as coberturas da primeira e da segunda dose acima de 95%. Só assim conseguimos garantir a proteção coletiva e evitar a reintrodução do vírus”, afirmou a gestora baiana.

A secretária informou que os postos de saúde na Bahia estão plenamente abastecidos e que as equipes de imunização seguem mobilizadas para atuar com rapidez diante de qualquer suspeita.

É preciso assegurar que todas as crianças sejam vacinadas nos prazos corretos. O sarampo é altamente contagioso e não permite vacilos”, completou.

Integração nacional é fundamental para ações em fronteiras

Outro ponto enfatizado por Roberta Santana foi a importância da articulação entre os entes federativos para ações de vigilância em portos, aeroportos e fronteiras. “Essa é uma tarefa que exige união entre estados, municípios e o Governo Federal. Não podemos correr o risco de retroceder em uma conquista que custou décadas de trabalho do SUS”, declarou.

A avaliação é compartilhada por outras autoridades presentes na assembleia, que ressaltaram a necessidade de investimentos contínuos em campanhas de comunicação, vigilância ativa e estratégias de busca ativa de não vacinados, sobretudo em regiões vulneráveis.

Cenário sanitário instável

O alerta emitido por Roberta Santana reflete uma postura prudente diante de um cenário sanitário instável no continente. Embora o Brasil tenha avançado na erradicação do sarampo, a fragilidade das coberturas vacinais em determinados territórios ainda representa um ponto crítico.

A relevância da mobilização coordenada entre estados e União, deixa claro que a confiança pública na vacinação segue sendo o maior desafio. A ausência de dados desagregados por município, por exemplo, compromete o planejamento focalizado das ações. Além disso, a pouca menção a estratégias digitais para rastreamento de casos e evasão vacinal revela uma lacuna de modernização nas ferramentas de vigilância.


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