Secretário de Comércio dos EUA confirma que tarifa de 50% sobre produtos brasileiros começa a valer em agosto de 2025

Medida foi reafirmada neste domingo (27/07/2025) e amplia tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos.
Medida foi reafirmada neste domingo (27/07/2025) e amplia tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos.

O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, confirmou neste domingo (27/07/2025) que a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos EUA entrará em vigor na próxima quinta-feira (01/08/2025), sem possibilidade de prorrogação. A declaração foi feita em entrevista ao programa Fox News Sunday.

Decisão sem adiamentos

Durante a entrevista, Lutnick afirmou que não haverá novo período de carência nem adiamentos adicionais.

“Com certeza não haverá mais prorrogações, não haverá mais carência. As tarifas estão programadas para o dia 1º de agosto. Colocaremos a Alfândega para começar a coletar o dinheiro”, disse.

Apesar da rigidez na data de implementação, Lutnick indicou que o presidente Donald Trump está disposto a dialogar com líderes de grandes economias, embora tenha ponderado que eventuais negociações poderão enfrentar obstáculos.

Origem da medida

A imposição tarifária foi anunciada formalmente em carta enviada pelo presidente Donald Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 09/07/2025. Na correspondência, Trump justificou a decisão citando suposta perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.

Além da nova tarifa, o governo norte-americano também revogou os vistos do ministro Alexandre de Moraes, de seus familiares e de outros magistrados, como parte de um pacote de retaliações diplomáticas. Paralelamente, foi aberta uma investigação interna nos EUA sobre práticas comerciais consideradas “desleais” por parte do Brasil, incluindo o uso do sistema de pagamentos instantâneos Pix.

Resposta do governo brasileiro

Na sexta-feira (25/07/2025), o presidente Lula declarou estar aberto ao diálogo com os Estados Unidos e afirmou que Trump “foi induzido a acreditar em uma mentira”. As negociações diplomáticas estão sendo lideradas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro da Indústria, Comércio e Serviços, e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

O governo brasileiro criou um comitê interministerial para discutir os impactos da tarifa e articular uma resposta coordenada com o setor produtivo nacional.

Críticas à postura brasileira

Especialistas apontam que, apesar dos esforços diplomáticos, o Brasil tem adotado uma postura considerada excessivamente cautelosa. A ausência de contramedidas mais firmes e imediatas tem sido interpretada como sinal de vulnerabilidade nas negociações. A legislação brasileira permite retaliações comerciais proporcionais, mas o governo tem priorizado estratégias de bastidores, como negociações com empresas americanas e articulações no Congresso dos EUA.

Medidas adicionais, como a abertura de contenciosos na OMC, suspensão de incentivos a plataformas digitais e restrições em licitações públicas, seguem em análise, mas ainda sem execução concreta. A lentidão na resposta tem gerado críticas de que o país estaria perdendo capacidade de pressão no cenário internacional.

*Com informações da Agência Brasil e RFI.


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