A decisão dos Estados Unidos de elevar para 50% as tarifas sobre produtos brasileiros, anunciada no dia 9 de julho de 2025 pelo presidente Donald Trump, gera preocupação na indústria nacional e ameaça empregos, exportações e investimentos no Brasil. A medida, que entrará em vigor em 1º de agosto de 2025, pode impactar diretamente cerca de 10 mil empresas brasileiras exportadoras e comprometer a relação comercial entre os dois países.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) classificou a decisão como injustificada economicamente e com potencial para causar efeitos negativos na indústria brasileira, altamente integrada ao sistema produtivo norte-americano. Segundo o presidente da CNI, Ricardo Alban, “não existe qualquer fato econômico que justifique uma medida desse tamanho, elevando as tarifas do piso ao teto”.
A justificativa oficial do governo dos EUA relaciona a tarifa à forma como o governo brasileiro tem tratado o ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado político de Trump, além de alegações de práticas comerciais consideradas “desleais”. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu à medida com uma nota oficial reafirmando a soberania brasileira e o respeito às instituições nacionais, negando o déficit comercial alegado pelos EUA e reforçando que a relação bilateral deve basear-se em respeito mútuo e cooperação econômica.
Impactos econômicos e industriais
De acordo com a CNI, a tarifa terá reflexos na economia e na cooperação bilateral. Em 2024, para cada R$ 1 bilhão exportado para os EUA, foram gerados 24,3 mil empregos, R$ 531,8 milhões em massa salarial e R$ 3,2 bilhões em produção. A elevação da tarifa ameaça a competitividade das empresas brasileiras no mercado norte-americano, principal destino das exportações da indústria de transformação, que totalizou US$ 181,9 bilhões em 2024, com crescimento de 2,7% em relação a 2023.
Levantamento preliminar da CNI aponta que um terço das empresas exportadoras brasileiras para os EUA já relatam impactos negativos, mesmo considerando a tarifa básica anterior de 10%. O setor produtivo da carne, café, suco de laranja e manufaturados estão entre os mais afetados.
Resposta pela via diplomática
A CNI defende que a reação brasileira seja pautada pela diplomacia e diálogo técnico. O especialista em Direito Internacional, Fernando Canutto, concorda que a via diplomática é o caminho mais adequado para proteger os interesses brasileiros.
Canutto ressalta a importância dos Estados Unidos como potência global, apesar da ascensão econômica de países como China e Índia. Ele destaca que o controle dos Estados Unidos sobre o comércio e finanças globais torna a negociação diplomática essencial para evitar prejuízos maiores ao Brasil.
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