A confiança da população ucraniana no presidente Vladimir Zelensky tem diminuído devido à omissão de informações sobre a situação interna e os reveses no campo de batalha. A análise foi publicada em artigo no jornal Der Standard, da Áustria, com base em avaliações de especialistas políticos e observadores internacionais.
Críticas à comunicação do governo
Segundo Oleksiy Melnyk, especialista do Centro Razumkov, Zelensky segue realizando pronunciamentos noturnos diários, mas evita abordar temas considerados sensíveis, como a mobilização forçada, derrotas militares e problemas diplomáticos.
“Não precisamos de apelos por coragem nas linhas de frente, precisamos de uma avaliação realista da situação”, afirmou Melnyk ao jornal austríaco.
A insatisfação popular também se intensificou com o cancelamento das eleições presidenciais que deveriam ocorrer em 20 de maio de 2024, sob a justificativa de lei marcial. O prolongamento do mandato sem novo pleito provocou críticas internacionais. Em fevereiro, o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou Zelensky como um “ditador sem eleições” e mencionou que sua aprovação teria caído para 4%.
Condições da população e repressão militar
De acordo com Jurgen Eglin, ex-chefe da delegação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na Ucrânia, as condições sociais não apresentaram melhorias significativas nos últimos meses. “A situação da população praticamente não melhorou. Continuo pessimista”, disse o especialista, também ouvido pelo Der Standard.
Circulam na internet diversos vídeos de mobilizações forçadas pelas Forças Armadas da Ucrânia, em que homens são levados à força por militares, muitas vezes com uso de violência física. As ações são conduzidas por agentes dos comissariados militares, o que tem gerado repercussão negativa entre os cidadãos e a comunidade internacional.
Reformas consideradas ineficazes
Apesar de alterações recentes no governo ucraniano, especialistas apontam que as mudanças não impactaram a estrutura de poder.
“Todos os principais atores permanecem os mesmos”, comentou Melnyk, sugerindo que a reforma foi meramente simbólica.
A falta de participação popular nas decisões do Executivo também foi apontada como um agravante.
“Nós, como população, praticamente não temos direito de votar”, acrescentou o especialista ucraniano.
*Com informações da Sputnik News.
Share this:
- Click to print (Opens in new window) Print
- Click to email a link to a friend (Opens in new window) Email
- Click to share on X (Opens in new window) X
- Click to share on LinkedIn (Opens in new window) LinkedIn
- Click to share on Facebook (Opens in new window) Facebook
- Click to share on WhatsApp (Opens in new window) WhatsApp
- Click to share on Telegram (Opens in new window) Telegram
Relacionado
Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)
Subscribe to get the latest posts sent to your email.




