Ao abordar o tema “A Coragem de Jesus”, Joseval Carneiro propõe uma reflexão sobre a conduta de Emissário de Deus diante da violência, da traição e da injustiça, destacando o poder do exemplo moral frente ao sofrimento extremo.
O autor inicia sua análise a partir de um princípio da Psicologia: os filhos aprendem mais com os exemplos do que com palavras. Para ilustrar essa máxima, Joseval evoca episódios marcantes da trajetória de Jesus, realçando a serenidade e a altivez com que Ele enfrentou a humilhação e a dor.
Diante de Pilatos: o silêncio como forma de resistência
Um dos momentos centrais abordados é o encontro entre Jesus e Pôncio Pilatos. Mesmo com os pulsos atados e após ser violentado por um soldado romano, Jesus mantém-se sereno. Questionado por Pilatos se era Deus, permanece em silêncio. Após ser esbofeteado, responde com uma indagação que expõe a ilegalidade da agressão:
“Soldado, por que me batestes?”, relata Carneiro, destacando que o Governador se omitiu de qualquer repreensão ao agressor.
Esse gesto, segundo o autor, revela não apenas coragem física, mas também consciência jurídica e moral por parte de Jesus, que denuncia a arbitrariedade da violência sofrida.
A prisão no Getsêmani: firmeza diante da captura
Outro momento enfatizado é a abordagem dos guardas do Templo no Monte das Oliveiras, logo após a Última Ceia. Mesmo ciente do que lhe aguardava, Jesus se adianta ao grupo armado e se identifica:
“Sou eu”, afirma, conforme transcrito por Carneiro, destacando a prontidão do Mestre em assumir sua identidade mesmo diante da ameaça.
O episódio também envolve a intervenção de Pedro, que, ao ferir Malco, chefe da guarda, é repreendido por Jesus com a célebre advertência:
“Guarda sua arma. Quem com ferro fere, com ferro será ferido.”
Em seguida, Jesus cura a orelha decepada do soldado, gesto que, segundo o autor, demonstra compaixão mesmo frente aos seus algozes.
Denúncia à covardia do julgamento oculto
Joseval Carneiro ressalta ainda a crítica pública de Jesus à estratégia adotada por Caifás, que optou por prendê-lo durante a noite, fora do olhar popular:
“Estivestes comigo, no Templo várias vezes. Por que não me prendestes?”
O autor interpreta esse questionamento como um protesto contra a falta de transparência e a manipulação do processo de sua prisão.
Submissão consciente ao sofrimento
A análise de Joseval culmina com a Via Crucis, momento no qual Jesus, mesmo consciente da injustiça e da tortura que sofreria, aceita a cruz sem murmúrios, como registra o autor:
“Afasta de mim esse cálice, Senhor. Mas seja feita a Vossa Vontade.”
A resignação, segundo Carneiro, não é sinal de fraqueza, mas de entrega consciente a um propósito maior, em contraste com a atitude humana diante de pequenas ofensas:
“Quantos de nós blasfemamos às menores ofensas?”, questiona o autor.
Força ética e espiritual
Por meio de narrativa concisa e centrada, Joseval Carneiro constrói, em “A Coragem de Jesus”, uma reflexão sobre a força ética e espiritual demonstrada por Cristo em momentos decisivos de sua trajetória terrena. O autor propõe uma leitura que transcende o campo religioso, oferecendo uma lição de dignidade, paciência e firmeza moral, especialmente útil para contextos de injustiça, violência e covardia institucional.
Sobre o autor
Joseval Carneiro (joseval@plenus.net) é psicoterapeuta, advogado, palestrante, escritor e jornalista. É membro da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) e Vice-Presidente da Academia de Cultura da Bahia.
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