As emissões de metano no Brasil em 2023 atingiram 20,8 milhões de toneladas, volume 6% superior ao registrado em 2020, quando foram contabilizadas 19,6 milhões de toneladas, segundo dados divulgados pelo Observatório do Clima (OC) na quarta-feira (27/08/2025).
O metano (CH4) é um dos principais gases de efeito estufa. Embora sua permanência na atmosfera varie entre 10 e 20 anos, tem potencial de aquecimento 28 vezes maior que o dióxido de carbono (CO2) no período de 100 anos. O levantamento mostra que a agropecuária responde por cerca de 75% das emissões nacionais de metano, sendo a fermentação entérica do gado o principal fator, com 15,7 milhões de toneladas liberadas em 2023.
O Brasil é o quinto maior emissor de metano do mundo, atrás de China, Estados Unidos, Índia e Rússia. O país aderiu ao Compromisso Global do Metano, firmado na COP 26 em Glasgow, no qual mais de 150 nações se comprometeram a reduzir em 30% as emissões globais até 2030, em comparação a 2020. Entretanto, segundo o OC, não houve avanços significativos na implementação dessa meta no território nacional.
O relatório do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG/OC) aponta que as emissões brasileiras de metano estão em crescimento desde 2015. Entre 2005 e 2020, houve aumento de 2%, passando de 19,2 milhões para 19,6 milhões de toneladas. Já entre 2005 e 2023, o crescimento foi de 8,3%, alcançando os atuais 20,8 milhões de toneladas.
Segundo David Tsai, coordenador do SEEG, para reduzir os índices o país deve investir em regeneração florestal, recuperação de solos e energias renováveis, além de enfrentar desafios relacionados à atividade pecuária, gestão de resíduos sólidos e pobreza energética. Tsai acrescenta que os sistemas de produção de carne e leite apresentam maior potencial de mitigação das emissões.
O OC reforça que reduzir o metano em 45% até 2040 poderia resultar em uma diminuição de 0,3 ºC no aquecimento global. Para o observatório, ações rápidas e coordenadas são necessárias para mitigar os impactos.
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima foi procurado, mas ainda não se manifestou sobre os dados.
*Com informações da Agência Brasil.
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