Nesta segunda-feira (11/08/2025), a Comissão Organizadora da 30ª Marcha para Jesus — formada por Amipe, Ministério Caverna de Adulão, Commfe e Origem Brasil — divulgou nota pública esclarecendo que a participação do Governo da Bahia na realização do evento se restringiu à cessão de dez outdoors para divulgação. O comunicado foi motivado por declarações do deputado federal José Cerqueira Neto (Zé Neto, PT), que sugeriam maior aporte financeiro por parte do Estado.
De acordo com os organizadores, a maior parte dos custos foi assumida pelo Governo Ronaldo, por meio da Secretaria de Cultura de Feira de Santana. As entidades enfatizaram que não solicitaram nem receberam recursos estaduais para contratação de artistas ou para custeio de comunicação, destacando que todas as tratativas ocorreram exclusivamente com a Prefeitura, que, segundo elas, publicou no Diário Oficial os valores e patrocínios vinculados ao evento.
A nota ainda reforça que qualquer afirmação em sentido contrário carece de comprovação documental e reafirma que não houve repasse financeiro direto, seja municipal ou estadual, destinado à execução da Marcha. Apesar da controvérsia, a edição de 2025 foi marcada, no sábado (09/08), por grande participação popular, com programação de louvor, oração e expressiva mobilização de fiéis.
Declaração do deputado gera reação
A manifestação das entidades foi uma resposta direta às declarações do deputado federal José Cerqueira Neto (Zé Neto, PT), feitas durante sua participação na 30ª edição da Marcha para Jesus. Em discurso, o parlamentar afirmou que o Governo do Estado teria destinado cerca de R$ 150 mil para universidades e ações de comunicação e R$ 80 mil para apresentações artísticas no evento.
Zé Neto também exaltou a presença do governador Jerônimo Rodrigues, descrevendo a marcha como um momento de renovação da fé e valorização da espiritualidade, e enalteceu a suposta atuação conjunta do poder público estadual e municipal.
Evento religioso de grande porte
A 30ª Marcha para Jesus reuniu milhares de fiéis em Feira de Santana, no sábado (09/08/2025), em um ato público de fé com orações, louvores e apresentações musicais. O cortejo percorreu a Avenida Getúlio Vargas, passando por pontos simbólicos onde foram feitas intercessões por proteção no trânsito e pela cura de enfermos. No palco principal, o encerramento contou com apresentações gospel e um momento de oração pelas autoridades e pela cidade. A edição deste ano teve mudanças na estrutura, priorizando uma única apresentação final e reforçando seu caráter tradicional no calendário municipal, mobilizando igrejas, lideranças religiosas e a população.
Narrativa política e realidade
O embate entre o discurso do deputado e a nota oficial das entidades evidencia descompasso entre documental. Em ano pré-eleitoral, declarações sobre investimentos públicos em eventos populares — especialmente de cunho religioso — podem ser interpretadas como estratégia de capital político. A ausência de registros oficiais que sustentem as cifras mencionadas por Zé Neto levanta questionamentos sobre transparência, veracidade das informações e uso simbólico da fé para reforço de imagem pública. Este episódio ressalta a necessidade de comprovação documental antes de inserir dados financeiros em falas políticas, sobretudo em eventos que mobilizam grandes públicos e têm forte conotação religiosa.
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