Ministro israelense aprova assentamento que divide Jerusalém Oriental da Cisjordânia

Projeto E1 prevê construção de 3.401 unidades habitacionais entre Jerusalém Oriental e Maale Adumim.
Projeto E1 prevê construção de 3.401 unidades habitacionais entre Jerusalém Oriental e Maale Adumim.

O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, aprovou na noite de quarta-feira (13/07/2025) o projeto E1, que prevê a construção de 3.401 casas para colonos israelenses entre o assentamento de Maale Adumim, na Cisjordânia ocupada, e Jerusalém Oriental. Segundo seu gabinete, a medida tem como objetivo impedir a criação de um Estado palestino.

O plano E1 esteve congelado desde 2012 e é contestado por palestinos e líderes internacionais, que afirmam que ele dividirá a Cisjordânia em duas partes, inviabilizando a criação de um Estado palestino contíguo. A maior parte da comunidade internacional considera ilegais os assentamentos israelenses na Cisjordânia e a ocupação militar da região desde 1967.

A aprovação do ministro Smotrich ainda depende de etapas administrativas, incluindo a análise pelo Conselho Supremo de Planejamento de Israel. Caso receba aval, obras de infraestrutura poderão começar nos próximos meses, com início da construção estimado para cerca de um ano.

Reações internas e externas

A organização israelense Paz Agora classificou o projeto como ameaça grave à solução de dois Estados, afirmando que o governo “acelera” o risco de colapso dessa possibilidade. Em junho, países como Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia impuseram sanções a Smotrich, acusando-o de incitar violência contra palestinos.

Críticos apontam que o plano isolaria Jerusalém Oriental, reivindicada como futura capital palestina, comprometendo negociações de paz. Atualmente, 145 dos 193 países membros da ONU já reconheceram ou sinalizaram apoio ao reconhecimento do Estado palestino. Os Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e a maioria da Europa Ocidental, com exceção de Suécia e Islândia, permanecem contrários.

Contexto do conflito

O anúncio ocorre em meio ao prolongamento da guerra na Faixa de Gaza. O Exército israelense confirmou ter aprovado um plano para ocupar a cidade de Gaza, ampliando a ofensiva contra o Hamas. Testemunhas relataram intensos bombardeios e avanço de tanques em bairros como Tal al-Hawa e Zeitoun.

Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, 61.722 palestinos morreram desde o início das hostilidades, em sua maioria civis. Do lado israelense, os ataques do Hamas resultaram na morte de 1.219 pessoas, também majoritariamente civis, conforme dados da AFP.

O Hamas informou que uma delegação está no Cairo para conversas preliminares com autoridades egípcias sobre uma nova trégua. Netanyahu afirmou que a meta não é ocupar Gaza, mas desmilitarizá-la, libertar reféns e instalar uma administração civil não israelense.

Mobilização em Israel

Em paralelo, cresce a mobilização pelo fim da guerra. Famílias de reféns convocaram um bloqueio nacional para domingo (17), enquanto grupos de mães e avós de soldados mantêm acampamentos nos arredores de Gaza pedindo a retirada das tropas. Apesar do apelo, o principal sindicato do país, Histadrut, informou que não apoiará a paralisação.

Protestos também ocorrem em Tel Aviv, com participação de ex-militares de alta patente. O ex-chefe do Estado-Maior Dan Halutz declarou que é a primeira vez que veteranos se opõem publicamente a uma guerra em Israel, qualificando a mobilização como um alerta ao governo.

*Com informações da RFI.


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