Na manhã desta quinta-feira (28/08/2025), uma grande ação conjunta foi deflagrada no Conjunto Penal de Itabuna, no sul da Bahia. Batizada de “Operação Molon Labe”, a iniciativa reúne o Ministério Público da Bahia (MP-BA), a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) e diversas forças policiais com o objetivo de combater o crime organizado e reforçar a segurança no sistema prisional baiano.
A operação tem como foco a readequação das rotinas administrativas e operacionais do Conjunto Penal de Itabuna. Entre as medidas, destaca-se a revista geral das celas para identificar e apreender materiais ilícitos, como celulares, drogas e armas artesanais, frequentemente utilizados por facções criminosas para coordenar atividades externas.
Segundo informações das instituições envolvidas, a ação faz parte de um plano estratégico mais amplo para reduzir a influência do crime organizado dentro das unidades prisionais e fortalecer mecanismos de monitoramento e controle.
Forças envolvidas
A Operação Molon Labe mobilizou um aparato robusto de segurança. Entre os grupos participantes estão:
- Grupos de Atuação Especial de Execução Penal (Gaep) e de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do MP-BA;
- Grupamento Especializado de Operações Prisionais (Geop) e a Coordenação de Monitoramento e Avaliação do Sistema Prisional (Cmasp), da Seap;
- Rondas Especiais (Rondesp) e o Grupamento Aéreo (Graer), da Polícia Militar da Bahia;
- Polícia Civil e Departamento de Polícia Técnica (DPT);
- Polícia Rodoviária Federal (PRF), reforçando a segurança do perímetro.
A integração dessas forças demonstra a prioridade atribuída ao enfrentamento do crime organizado e ao fortalecimento da ordem no sistema prisional.
Impacto esperado no sistema prisional
Operações como a “Molon Labe” visam não apenas apreender materiais ilícitos, mas também romper a cadeia de comunicação entre líderes de facções e seus subordinados externos. Especialistas em segurança apontam que unidades prisionais do interior da Bahia, como a de Itabuna, têm sido utilizadas como centros de comando para práticas criminosas, o que amplia a necessidade de intervenções integradas.
Além disso, a ação busca estabelecer novos protocolos de vigilância e consolidar uma política de ressocialização mais eficiente, com menor vulnerabilidade às estruturas criminosas.
Desafios e perspectivas
Apesar dos esforços, o combate ao crime organizado no sistema prisional enfrenta desafios estruturais, como a superlotação das unidades, a falta de agentes penitenciários e a vulnerabilidade tecnológica diante da entrada de equipamentos ilegais. A deflagração da “Molon Labe” sinaliza que o Estado tenta impor controle mais rígido e recuperar a autoridade institucional dentro das prisões.
gravidade da situação carcerária
A Operação “Molon Labe” evidencia a gravidade da situação carcerária na Bahia e a crescente preocupação das autoridades com a infiltração das facções no cotidiano das prisões. Contudo, há um ponto crítico: ações pontuais, mesmo quando integradas, não resolvem o problema estrutural da superlotação, da reincidência criminal e da ausência de políticas efetivas de reinserção social. Sem investimentos em tecnologia, inteligência e gestão, há risco de que operações como esta produzam apenas efeitos temporários, enquanto o crime organizado continua a se adaptar.

Share this:
- Click to print (Opens in new window) Print
- Click to email a link to a friend (Opens in new window) Email
- Click to share on X (Opens in new window) X
- Click to share on LinkedIn (Opens in new window) LinkedIn
- Click to share on Facebook (Opens in new window) Facebook
- Click to share on WhatsApp (Opens in new window) WhatsApp
- Click to share on Telegram (Opens in new window) Telegram
Relacionado
Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)
Subscribe to get the latest posts sent to your email.




