Um estudo do Instituto Rodrigo Mendes aponta que o Brasil levaria 468 anos para formar todos os professores da educação básica com preparo em educação especial caso o ritmo atual seja mantido. A pesquisa, baseada em dados do Censo Escolar do Inep, alerta que o aumento de matrículas de estudantes com deficiência não é acompanhado pelo crescimento proporcional de docentes capacitados.
Crescimento das matrículas e desafio docente
Entre 2014 e 2024, o número de matrículas na educação especial mais que dobrou, passando de 930,6 mil para 2,07 milhões. Desse total, 92,6% dos estudantes estão em escolas regulares, inseridos em turmas com colegas sem deficiência e com direito a apoio especializado.
Avanço insuficiente na formação de professores
O levantamento mostra que o número de docentes especializados cresceu de 97,1 mil em 2014 (4,4% do total) para 151,3 mil em 2023 (6,4%), representando um aumento médio de apenas 0,2 ponto percentual ao ano. Mantido esse ritmo, seriam necessários quase cinco séculos para que todos os 2,2 milhões de professores da educação básica tenham formação adequada para atender alunos com deficiência.
Impactos para a educação inclusiva
Especialistas afirmam que a desproporção entre alunos e professores capacitados compromete a qualidade da educação inclusiva no país. A lacuna dificulta a implementação de práticas pedagógicas adaptadas, o uso de recursos assistivos e a atenção individualizada aos estudantes com deficiência.
Necessidade de políticas públicas e formação acelerada
Segundo o estudo, é urgente adotar políticas públicas que ampliem e acelerem a formação de docentes em educação especial, garantindo cursos de capacitação, incentivos e atualização constante. A expansão de programas de formação continuada e a inclusão de conteúdos de educação especial nos cursos de licenciatura são apontadas como medidas prioritárias para reduzir o déficit histórico.
*Com informações da Sputnik News.
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