Cantora e compositora Angela Ro Ro morre aos 75 anos no Rio de Janeiro

A cantora e compositora Angela Ro Ro morre aos 75 anos, vítima de complicações de uma infecção pulmonar.

Morreu na manhã desta segunda-feira (08/09/2025), no Rio de Janeiro, a cantora e compositora Angela Maria Diniz Gonsalves, conhecida como Angela Ro Ro, aos 75 anos. A artista estava hospitalizada desde junho, em decorrência de uma infecção pulmonar, e não resistiu ao agravamento do quadro clínico.

Ro Ro, que completaria 76 anos em dezembro, deixa um legado artístico consolidado por mais de cinco décadas de carreira, com 14 álbuns autorais, participações em coletâneas e um repertório que se tornou referência na música popular brasileira.

Trajetória e início de carreira

Angela Maria Diniz Gonçalves, conhecida como Angela Ro Ro, iniciou sua trajetória musical nos anos 1970. Ainda jovem, morou na Inglaterra, onde cantou em pubs e chegou a participar do álbum Transa (1972), de Caetano Veloso, tocando gaita.

De volta ao Brasil, participou do Festival de Rock de Saquarema, em 1974, dividindo palco com nomes como Rita Lee. Seu primeiro disco solo, lançado em 1979, marcou a consagração com a canção “Amor, meu grande amor”, composta em parceria com Ana Terra.

Reconhecimento e sucessos marcantes

Na década de 1980, consolidou-se como compositora e intérprete. Os álbuns Só nos resta viver (1980), Escândalo (1981) e Simples carinho (1982) trouxeram canções que se tornaram clássicos de sua obra.

Com voz rouca e inconfundível, Ro Ro interpretava tanto blues quanto baladas românticas, destacando composições próprias como “Fogueira” e releituras de sucessos como “Demais”, de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira.

Personalidade e autenticidade

Além do talento, Angela Ro Ro era conhecida pela franqueza e senso de humor. Recusou, por exemplo, a gravação de “Malandragem”, de Roberto Frejat e Cazuza, por não se identificar com os versos da canção, que mais tarde seria eternizada por Cássia Eller.

Essa postura marcou sua trajetória como uma artista autêntica, que priorizava a coerência pessoal em detrimento de interesses comerciais, reforçando seu lugar como figura singular na música brasileira.

Legado musical e direitos autorais

De acordo com o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), Angela Ro Ro deixa registradas 145 obras e 271 gravações em seu banco de dados. A canção mais regravada é “Amor, meu grande amor”, com 39 fonogramas liberados.

Entre as músicas mais executadas nos últimos anos estão “Só nos resta viver”, “Tola foi você”, “Compasso”, “Fogueira” e “Cobaias de Deus”. Conforme a Lei dos Direitos Autorais (Lei 9.610/1998), seus herdeiros receberão rendimentos por 70 anos após sua morte.


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