Fanfarras escolares celebram Independência do Brasil com apresentações em Salvador e no interior da Bahia

Estudantes da rede estadual protagonizam o desfile em Salvador.
Estudantes de 11 colégios estaduais se apresentaram no Desfile da Independência, com fanfarras que tomaram as ruas da capital e de diversas cidades do interior, em celebração aos 203 anos do 7 de Setembro. O governador Jerônimo Rodrigues participou do ato cívico no Campo Grande.

Nas primeiras horas da manhã deste domingo (07/09/2025), 620 estudantes de 11 colégios da rede estadual iniciaram o desfile cívico em Salvador, marcando os 203 anos da Independência do Brasil. A concentração ocorreu no pátio do Museu de Arte Contemporânea, no bairro da Graça, de onde os grupos seguiram em direção ao Campo Grande e à Praça Castro Alves, passando pelo Corredor da Vitória e pelo palanque oficial.

O ato contou com a presença do governador Jerônimo Rodrigues, que presidiu a solenidade, e da secretária da Educação, Rowenna Brito. Representantes da Marinha, responsável pela coordenação da programação em 2025, além do Exército, da Força Aérea e das forças de segurança estaduais, também participaram do evento.

Música, disciplina e emoção no desfile

As apresentações reuniram instrumentos de sopro e percussão, compondo uma atmosfera festiva que contagiou estudantes e público. Cornetas, trompetes, trombones e tubas se uniram aos sons graves dos bumbos e tímpanos, destacando o talento e a disciplina dos jovens músicos.

Para Ticiane Barbosa, 17 anos, trompetista do Colégio Estadual Barros Barreto, o momento foi histórico. “Participar do 7 de Setembro é um aprendizado sobre cidadania, uma experiência que vou levar para a vida”, afirmou. Já Daniel Lucas, 18 anos, destacou o impacto da fanfarra em sua rotina escolar:

“Para tocar é preciso ter boas notas e presença. A música nos estimula a ser melhores alunos e cidadãos.”

Protagonismo estudantil e integração comunitária

O regente da Banda Macial Barros Barreto (Bamabb), Geanderson Brito, ressaltou o valor pedagógico da iniciativa. Segundo ele, o programa Educa Mais, que oferece oficinas extracurriculares, garante permanência na escola e fomenta talentos.

“Os alunos ficam nervosos, mas trazem para o desfile a cultura do subúrbio, fortalecida pela música”, disse.

Na fanfarra do Colégio Estadual Azevedo Fernandes (Fanceaf), veterana no desfile, o foco é também o impacto social. “Muitos jovens começam aqui e seguem carreira musical, tocando em eventos e grupos profissionais”, explicou a diretora Eliana Teles dos Anjos. A professora Hilda Furacão, baliza do colégio, reforçou:

“É um orgulho estar com eles todos os anos. A dança e a música são ferramentas de transformação no Pelourinho.”

Descentralização e apoio às fanfarras no interior

O desfile não se restringiu à capital. Mais de 50 fanfarras de escolas do interior participaram da programação em cidades como Camaçari, Seabra, Paulo Afonso e Feira de Santana, mobilizando estudantes de 20 Núcleos Territoriais de Educação (NTE).

Para viabilizar a participação, a Secretaria da Educação do Estado (SEC) investiu R$ 159 mil em logística e kits de alimentação para as fanfarras interioranas, além de R$ 102,5 mil para apoio em Salvador. Ao longo de 2025, o programa recebeu R$ 2,1 milhões para manutenção de instrumentos e compra de fardamentos, beneficiando 215 escolas.

Reflexão sobre cidadania e democracia

A coordenadora de Arte e Cultura Estudantil da SEC, Djenane Santos, destacou que o desfile reforça o protagonismo juvenil e promove valores democráticos. “Foi um momento de repensar a cidadania e a importância da escola como espaço seguro de convivência e aprendizagem. As famílias se aproximam e percebem o impacto desse trabalho na formação dos estudantes”, avaliou.

Revalorizar o civismo

A retomada das fanfarras como política de Estado demonstra um esforço do governo baiano em revalorizar o civismo aliado à educação pública. No entanto, a prática ainda enfrenta desafios estruturais: a manutenção de instrumentos, a formação continuada de regentes e a necessidade de expansão para regiões mais distantes. O desfile mostrou vitalidade cultural e integração comunitária, mas também expôs a dependência de investimentos públicos recorrentes para garantir a sustentabilidade do projeto.


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