Mundo poderá ter 351 milhões de mulheres e meninas em extrema pobreza até 2030, alerta ONU

Relatório Panorama de Gênero 2025 aponta retrocessos e aponta ações para reduzir desigualdade e promover inclusão digital.
Relatório Panorama de Gênero 2025 aponta retrocessos e aponta ações para reduzir desigualdade e promover inclusão digital.

Se as tendências atuais persistirem, o mundo terá 351 milhões de mulheres e meninas em extrema pobreza nos próximos cinco anos, segundo o relatório “Progresso nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: O Panorama de Gênero 2025”, publicado pela ONU Mulheres e pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas. O estudo indica que o ODS 5, que trata de igualdade de gênero e autonomia de todas as mulheres e meninas, dificilmente será alcançado até 2030.

Dados e evidências globais

Insegurança alimentar e participação política

A diretora da Divisão de Políticas da ONU Mulheres, Sarah Hendriks, destacou que 64 milhões de mulheres a mais do que homens enfrentaram insegurança alimentar moderada ou grave no ano passado. Além disso, apenas 27% dos parlamentares no mundo são mulheres, evidenciando a estagnação na representação política feminina e nas políticas de igualdade de gênero.

Retrocessos e oportunidades

O relatório aponta que políticas insuficientes, negligência sistêmica e investimentos estagnados contribuem para retrocessos na igualdade de gênero. Porém, com investimento em inclusão digital de gênero, cerca de 343,5 milhões de mulheres e meninas poderiam se beneficiar, reduzindo a pobreza e gerando US$ 1,5 trilhão adicionais no PIB global até 2030.

Realidades nacionais e regionais

Brasil, Moçambique e Portugal

O estudo analisa indicadores em países de língua portuguesa. Entre mulheres em idade reprodutiva, a proporção que alcança diversidade alimentar mínima é de 20,8% em Moçambique e 54,8% no Brasil entre 2012 e 2023. O parâmetro considera consumo diário de pelo menos cinco dos dez grupos alimentares.

Educação e acesso a recursos

No Brasil e em Portugal, os meninos superam as meninas em proficiência mínima em matemática ao final do ensino essencial, padrão observado também em Chile, Itália, Nova Zelândia e Reino Unido. O acesso à eletricidade para mulheres rurais é associado a maior renda, sendo considerado um fator relevante para reduzir desigualdades de gênero.

Prioridades para implementação acelerada

Inclusão digital e combate à pobreza

O relatório enfatiza que a igualdade de gênero não é uma ideologia, mas uma questão de direitos humanos, desenvolvimento e paz. Entre as prioridades estão investimentos em inclusão digital, redução da pobreza e ampliação do acesso a oportunidades econômicas e educacionais para mulheres e meninas.

Plataforma de Ação de Pequim

A cinco anos do prazo final dos ODS e três décadas após a adoção da Plataforma de Ação de Pequim, o relatório reforça a necessidade de políticas públicas estruturadas e investimentos estratégicos para acelerar o progresso em igualdade de gênero, segurança alimentar, educação e participação política.

*Com informações da ONU News.


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