Na quinta-feira (11/09/2025), a OpenAI anunciou que sua organização sem fins lucrativos manterá o controle de uma nova corporação de benefício público e deterá participação mínima de US$ 100 bilhões na futura empresa de inteligência artificial. O acordo preliminar foi firmado em conjunto com a Microsoft, maior investidora da startup, em um movimento que consolida a próxima fase da parceria estratégica.
De acordo com o comunicado do presidente da OpenAI, Bret Taylor, a participação transformará a entidade sem fins lucrativos em “uma das organizações filantrópicas mais bem financiadas do mundo”. Taylor ressaltou que a fundação da OpenAI, em 2015, teve como princípio central o caráter sem fins lucrativos e que essa estrutura seguirá norteando o futuro da organização.
Estrutura do acordo e impactos financeiros
Segundo informações de bastidores, a participação de US$ 100 bilhões equivale a cerca de 20% do valor da OpenAI, podendo aumentar à medida que a empresa expanda seu capital. O anúncio provocou reação imediata nos mercados: as ações da Microsoft subiram 2,4% no pregão estendido após a divulgação.
O acordo ocorre após meses de negociações entre as partes para alinhar o papel da Microsoft na nova estrutura corporativa. A empresa norte-americana, que já investiu dezenas de bilhões de dólares na OpenAI, terá o direito de integrar as ferramentas de IA em seus produtos, consolidando sua posição de liderança no setor.
Memorando de entendimento e próximos passos
As duas companhias informaram que assinaram um memorando de entendimento (MOU), de caráter não vinculante, que estabelece as bases da parceria para a fase seguinte. Em comunicado conjunto, Microsoft e OpenAI afirmaram estar “trabalhando ativamente para finalizar os termos contratuais em um acordo definitivo”.
As empresas reforçaram que a cooperação segue fundamentada no compromisso compartilhado com a segurança e no objetivo de “entregar as melhores ferramentas de IA para todos”.
O papel da Microsoft e os desafios de governança
Um dos pontos centrais da reestruturação envolve o equilíbrio entre o apoio financeiro massivo da Microsoft e a manutenção do controle estratégico pela entidade sem fins lucrativos. Esse arranjo busca conciliar a necessidade de escala empresarial com a preservação de princípios fundacionais da OpenAI, que incluem a transparência e a segurança no desenvolvimento de inteligência artificial.
Analistas destacam que a operação pode se tornar um modelo de governança híbrida, combinando capital privado e gestão filantrópica, mas também suscita dúvidas sobre potenciais conflitos de interesse no médio prazo.
Linha do tempo da parceria OpenAI-Microsoft
| Data | Evento |
|---|---|
| 2015 | Fundação da OpenAI como organização sem fins lucrativos, com missão de promover IA segura e acessível. |
| 2019 | Adoção do modelo de “lucro limitado” (capped profit); Microsoft investe US$ 1 bilhão. |
| 2021 | Novos aportes e fortalecimento da infraestrutura de IA via nuvem Azure. |
| Jan 2023 | Microsoft anuncia investimento de US$ 10 bilhões. |
| Nov 2023 | Crise de governança: Sam Altman é demitido e retorna após pressão interna e de investidores; conselho reformulado. |
| Jan 2025 | Novo acordo permite uso de outros provedores de computação, reduzindo exclusividade da Microsoft. |
| Jun-Ago 2025 | Negociações para criação de uma corporação de benefício público. |
| 11/09/2025 | Assinatura do MOU; fundação sem fins lucrativos mantém controle com participação mínima de US$ 100 bilhões. |
Missão institucional e pressões comerciais.
A decisão da OpenAI de manter o controle por meio de sua fundação sem fins lucrativos, ao mesmo tempo em que se integra ao mercado em condições equivalentes às de grandes corporações, revela uma tentativa de conciliar missão institucional e pressões comerciais.
Embora o aporte de US$ 100 bilhões fortaleça a sustentabilidade e a influência global da organização, a dependência estrutural da Microsoft reforça o debate sobre independência tecnológica, concentração de poder e riscos regulatórios.
O modelo híbrido proposto pode redefinir os padrões de governança em tecnologia, ao combinar filantropia e capital privado, mas levanta dúvidas sobre até que ponto será possível equilibrar lucro, responsabilidade social e inovação ética em inteligência artificial.
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