O prefeito de Conde, Anísio Madeirol (União Brasil), surpreendeu ao transformar uma reunião administrativa em gesto político em direção ao governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT). Durante o encontro, o gestor afirmou que está aberto a alinhar-se com o governo estadual nas eleições do próximo ano. “A bandeira que nós vamos levantar no ano que vem, quem vai pintar é ele. Nossa bandeira lá foi amarela, mas pode ser vermelha. Só depende dele”, declarou.
A declaração de Madeirol não é isolada. O gesto reforça um movimento mais amplo de aproximação de prefeitos do União Brasil com Jerônimo Rodrigues, em um momento em que o governador intensifica agendas pelo interior e amplia o diálogo com gestores municipais.
Esse reposicionamento ocorre em meio a um cenário de reconfiguração das alianças políticas na Bahia, com prefeitos buscando garantir espaço e investimentos estaduais em suas cidades, mesmo que isso signifique flexibilizar a fidelidade partidária.
Fatores que explicam o aceno político
Segundo Madeirol, a boa relação com as equipes do governo estadual foi determinante para sua postura.
“Eu tenho sido bem recebido onde eu chego, muito bem recebido. Nossa equipe está trabalhando junto com a equipe do governo e com a deputada Ludmilla Fiscina todos os dias. E é isso aí. É gratidão por esse momento ímpar”, afirmou.
O depoimento expõe a estratégia de Jerônimo de fidelizar lideranças locais por meio de apoio administrativo e cooperação técnica, algo que tem surtido efeito na articulação política pelo interior.
O impacto no cenário político estadual
O União Brasil, partido que possui forte base eleitoral no estado, vive um momento de fragmentação de estratégias. Enquanto setores defendem manter independência em relação ao PT, prefeitos buscam maior proximidade com o governo para garantir recursos.
Esse quadro pode influenciar diretamente a composição de palanques nas eleições municipais e fortalecer o projeto petista no interior da Bahia, em especial em cidades de médio porte como Conde.
Pragmatismo crescente
O gesto de Anísio Madeirol evidencia um pragmatismo crescente na política baiana, em que prefeitos priorizam resultados administrativos e recursos em detrimento da rigidez ideológica. A declaração de que a “bandeira pode ser vermelha” sintetiza essa lógica: alianças passam a ser definidas pela reciprocidade no atendimento das demandas locais. No entanto, tal movimento também revela a fragilidade da coesão partidária, especialmente em legendas como o União Brasil, que correm o risco de perder identidade em troca de alinhamentos pontuais. O reposicionamento fortalece Jerônimo Rodrigues, mas expõe um quadro de dependência política de prefeitos em relação ao governo estadual.
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