Presidente Lula anuncia aporte de US$ 1 bilhão no Fundo de Florestas Tropicais para Sempre

Brasil lidera iniciativa global para conservação de florestas e justiça socioambiental.
Brasil lidera iniciativa global para conservação de florestas e justiça socioambiental.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, terça-feira (23/09/2025), durante a Sessão de Abertura da Reunião sobre o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) na Sede das Nações Unidas, em Nova York, que o Brasil vai investir US$ 1 bilhão na iniciativa. O fundo, que será oficialmente lançado na COP30, em novembro, em Belém (PA), tem como objetivo financiar a conservação de florestas tropicais em países em desenvolvimento.

Objetivos e funcionamento do TFFF

O TFFF busca preservar florestas tropicais e os serviços ecossistêmicos essenciais para a regulação do clima, oferecendo dividendos anuais aos investidores e aos países que manterem suas florestas em pé. O monitoramento será realizado por satélite, garantindo que os países mantenham o desmatamento abaixo de 0,5% ao ano.

Segundo Lula, cada país poderá receber até US$ 4 por hectare conservado, totalizando mais de 1,1 bilhão de hectares distribuídos em 73 países em desenvolvimento. O fundo visa articular conservação ambiental, uso sustentável de recursos e justiça social, destinando 20% dos recursos para povos indígenas e comunidades tradicionais.

Participação internacional

O Brasil lidera o TFFF desde a COP28, em Dubai (2023). Atualmente, participam Colômbia, Gana, República Democrática do Congo, Indonésia e Malásia, além de cinco países investidores potenciais: Alemanha, Emirados Árabes Unidos, França, Noruega e Reino Unido.

A expectativa é que os investidores globais disponibilizem inicialmente até US$ 25 bilhões, alavancando mais US$ 100 bilhões do setor privado, gerando cerca de US$ 4 bilhões anuais para a conservação ambiental, aproximadamente três vezes o valor atualmente aplicado globalmente em florestas tropicais.

Destinação e restrições dos recursos

Os países beneficiários do fundo terão autonomia para definir o destino final dos recursos, com foco em projetos de economia verde, incluindo iniciativas como o Programa Bolsa Verde, Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais e incentivos à bioeconomia. O fundo não permitirá investimentos em combustíveis fósseis, priorizando ações e títulos verdes de governos e empresas emergentes.

O monitoramento brasileiro será realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), servindo como modelo para outras nações. A iniciativa visa fortalecer o compromisso global com a conservação das florestas e o desenvolvimento sustentável.

Justiça socioambiental e inclusão

O TFFF reserva 20% dos recursos para povos indígenas e comunidades tradicionais, reconhecendo o papel histórico dessas populações na preservação das florestas tropicais. Lula afirmou que o fundo “vai articular conservação, uso sustentável dos recursos ecossistêmicos e justiça social em prol de um novo modelo de desenvolvimento”.


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