De acordo com as investigações, o suspeito e outros homens armados invadiram a residência de Bernadete e a executaram. O crime chocou o país, pela relevância da vítima na defesa de comunidades tradicionais e dos direitos humanos.
Ação policial e apreensão de arma
Durante o cumprimento do mandado, Josevan manteve a companheira e os dois filhos como reféns. Após negociação conduzida pela Coordenação de Operações Especiais (Core), as vítimas foram libertadas sem ferimentos e o acusado se rendeu.
Com ele, foi apreendida uma pistola calibre 9mm de fabricação turca, com numeração raspada. O suspeito foi encaminhado ao Departamento de Repressão e Combate ao Narcotráfico (Denarc), onde passou por exames legais e permanece custodiado à disposição da Justiça.
Conexões criminosas
Segundo a Polícia Civil, BZ integrava um grupo criminoso atuante em Simões Filho e região, com envolvimento em roubos, tráfico de drogas e homicídios.
O Ministério Público da Bahia apontou que a resistência de Mãe Bernadete à expansão do tráfico em áreas quilombolas contrariava os interesses de traficantes locais. O território do Quilombo Pitanga dos Palmares, situado próximo à barragem de mesmo nome, também possui relevância ambiental, o que tornava a região estratégica para facções criminosas.
Motivações do crime
As investigações indicam que o assassinato foi motivado pela oposição da líder quilombola ao avanço do tráfico em territórios tradicionais. Mãe Bernadete denunciava constantemente a presença de facções na área e defendia a preservação cultural e ambiental do quilombo.
De acordo com a polícia, a ordem para a execução partiu de um indivíduo conhecido como “Maquinista”, ainda foragido. Ao todo, seis pessoas foram indiciadas pelo homicídio. Cinco delas já foram presas.
Análise crítica
O caso evidencia a vulnerabilidade de líderes comunitários no Brasil, especialmente aqueles que atuam na defesa de direitos humanos e territórios tradicionais. A morte de Mãe Bernadete reflete a intersecção entre violência urbana, narcotráfico e disputas territoriais, em um contexto de ausência do Estado em áreas de risco.
A prisão de BZ representa avanço no processo judicial, mas também levanta questionamentos sobre a lentidão no combate a facções criminosas que ameaçam quilombolas e povos tradicionais. A impunidade parcial, com mandantes ainda em liberdade, reforça a necessidade de políticas públicas de proteção a lideranças sociais.
*Com informações da Agência Brasil.
Share this:
- Click to print (Opens in new window) Print
- Click to email a link to a friend (Opens in new window) Email
- Click to share on X (Opens in new window) X
- Click to share on LinkedIn (Opens in new window) LinkedIn
- Click to share on Facebook (Opens in new window) Facebook
- Click to share on WhatsApp (Opens in new window) WhatsApp
- Click to share on Telegram (Opens in new window) Telegram
Relacionado
Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)
Subscribe to get the latest posts sent to your email.




