O União Brasil decidiu na quinta-feira (18/09/2025) antecipar sua saída do governo federal e impôs a seus filiados um prazo de 24 horas para entregar os cargos ocupados. A decisão rompe com o prazo anteriormente estabelecido, que previa a saída apenas no fim de setembro.
A resolução, publicada em normativa interna, prevê sanções disciplinares aos integrantes que descumprirem a ordem, incluindo abertura de processos internos contra os que permanecerem nos postos.
Contexto político e impacto no Congresso
O movimento ocorre logo após a federação da legenda com o Partido Progressista (PP), criando o bloco União Progressista, que passa a contar com 59 deputados e 7 senadores, configurando-se como a terceira maior bancada da Câmara dos Deputados.
O fortalecimento parlamentar do bloco amplia sua capacidade de influência em votações estratégicas, como a PEC da Blindagem, aprovada em primeiro turno na Câmara nesta semana, e que trata de mudanças na responsabilização de autoridades.
Pressões externas e denúncias contra Rueda
A decisão também se relaciona ao desgaste da imagem do presidente da legenda, Antônio Rueda, citado em reportagens do UOL e do ICL por suposto uso de aeronaves associadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
Segundo relatos, jatos executivos de uma empresa de táxi aéreo ligada a Rueda teriam sido utilizados para transporte de nomes investigados pela Operação Carbono Oculto, deflagrada pela Polícia Federal. O piloto envolvido teria afirmado que o dirigente partidário era conhecido como “um homem de muito dinheiro que precisava gastar”.
Nos bastidores, o União Brasil acusa o governo federal de influenciar no vazamento das investigações, atribuindo a origem das informações a setores da própria Polícia Federal.
Reação do governo
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, rebateu de forma contundente as insinuações. Em publicação na rede X, declarou:
“Repudio as acusações infundadas e levianas feitas em nota divulgada hoje pela direção do partido União Brasil. A direção do partido tem todo direito de decidir a saída de seus membros que exercem posições no governo federal. O que não pode é atribuir falsamente ao governo a responsabilidade por publicações que associam dirigente do partido a investigações sobre crimes. Isso não é verdade.”
Crise expõe a fragilidade
A saída repentina do União Brasil do governo Lula amplia a instabilidade política no Congresso e fortalece a oposição em votações cruciais. O novo bloco União Progressista surge como um ator central na disputa pelo controle da pauta legislativa, ao mesmo tempo em que enfrenta questionamentos éticos sobre seu principal dirigente. A crise expõe a fragilidade das alianças baseadas em cargos e a vulnerabilidade de partidos a investigações criminais, criando um cenário de tensão tanto para a governabilidade quanto para a imagem pública do sistema político.
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