A implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), maior obra de mobilidade urbana em execução no país, conduzida pela Companhia de Transportes do Estado da Bahia (CTB), não se limita à transformação da infraestrutura de Salvador e Região Metropolitana. O projeto também promove inclusão social, empregabilidade local e participação popular em cada etapa de sua execução.
Nesta quarta-feira (10/09/2025), uma comitiva com cerca de 20 líderes comunitários do Subúrbio Ferroviário de Salvador acompanhou, a convite do Governo da Bahia, os últimos ajustes técnicos e operacionais dos trens do novo modal. A visita incluiu as instalações da fábrica da Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles (CAF), em Hortolândia (SP), ao lado do governador Jerônimo Rodrigues.
Segundo o governador, a obra está sendo conduzida em constante diálogo com os moradores:
“A presença da comunidade nesse processo é fundamental. O VLT está sendo construído em diálogo com a população desde o início, porque é para ela que essa obra existe. Esse envolvimento fortalece a transparência da gestão pública e garante que as decisões estejam alinhadas com as reais necessidades da população”, afirmou Rodrigues.
Vozes da comunidade
Entre os presentes, o líder comunitário Lázaro Conceição dos Santos, do bairro Lobato, destacou o impacto da modernização do transporte:
“Quem conviveu muitos anos com o antigo trem da Calçada sempre sentiu falta de um equipamento mais moderno. Com o VLT, vamos reduzir o tempo de deslocamento de uma hora de ônibus para cerca de 20 a 30 minutos”, declarou.
Além disso, o projeto prevê adaptação de vagões específicos para pescadores e marisqueiras, atendendo demandas locais. A marisqueira Geisa Britto, do bairro de Plataforma, celebrou a iniciativa:
“Estou emocionada e feliz porque poderemos transportar nosso pescado com qualidade. É uma conquista para todos nós”, afirmou.
Empregabilidade e impacto econômico
O VLT também se consolida como vetor de empregabilidade e geração de renda. Dados da CTB revelam que, no Trecho 1, 60,86% dos trabalhadores contratados são moradores da área diretamente impactada.
- Trecho 1: 1.645 trabalhadores empregados.
- Trecho 2: 494 trabalhadores empregados.
- Origem da mão de obra: 97% baianos no trecho 2 e 57% no trecho 3.
Esse modelo fortalece o vínculo entre obra e comunidade, valorizando a mão de obra local e ampliando oportunidades para trabalhadores da região.
VLT como símbolo de cidadania
Mais do que um sistema de transporte, o VLT é apresentado como símbolo de cidadania e transformação social. A expectativa é que a prática de participação popular adotada no projeto se consolide como referência para outras intervenções urbanas no estado.
Envolvimento ativo das comunidades
O VLT do Subúrbio Ferroviário de Salvador reúne dimensões complementares: infraestrutura, inclusão social e desenvolvimento econômico. O diferencial do projeto não se limita ao impacto da mobilidade, mas ao envolvimento ativo das comunidades locais em seu planejamento e execução. Entretanto, o êxito pleno dependerá da sustentabilidade financeira do sistema, da integração com outros modais de transporte e da manutenção da transparência na gestão pública. O desafio futuro será consolidar o VLT como política de Estado e não apenas como obra de governo.
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