Governo da Bahia repudia exploração política após assassinato de produtores rurais no Extremo Sul; Secretário Adolpho Loyola comenta sobre medidas adotadas

O Secretário Adolpho Loyola declarou que o Governo da Bahia lamenta o assassinato de dois produtores rurais em área de conflito agrário, condena parlamentares da oposição por tentarem explorar politicamente a tragédia e informa sobre medidas adotadas para identificar supostos criminosos e conter conflito. 

O Governo do Estado da Bahia manifestou, nesta terça-feira (28/10/2025), profundo pesar pelo assassinato de dois produtores rurais em área de conflito agrário no Extremo Sul do estado e repudiou o uso político do episódio por parte de parlamentares da oposição.

Em nota oficial, o governo afirmou que a tentativa de transformar uma tragédia em instrumento de disputa eleitoral é “um ato de insensibilidade e desrespeito às famílias das vítimas”. A reação foi motivada por declarações recentes dos deputados Tiago Correia e Leandro de Jesus, que associaram o caso a supostas falhas na segurança pública estadual.

Adolpho Loyola pede respeito e responsabilidade

O secretário de Relações Institucionais, Adolpho Loyola, afirmou que o momento requer solidariedade e prudência, e não “oportunismo político”.

“É lamentável que representantes eleitos usem uma tragédia humana para fazer palanque político. O governo está atuando com seriedade e dentro dos limites legais para garantir justiça e segurança à população da região”, declarou Loyola.

O secretário destacou que os conflitos fundiários no Extremo Sul da Bahia têm origens históricas e complexas, envolvendo questões sociais, econômicas e jurídicas. Segundo ele, o enfrentamento dessas situações exige ação coordenada entre o Estado, o Governo Federal e o Poder Judiciário.

“Tanto o Estado quanto o Governo Federal acompanham de perto a situação e têm adotado medidas contínuas para prevenir e mediar tensões na área rural”, afirmou.

Polícia Civil e Militar atuam em conjunto

O governo informou que a Polícia Civil foi acionada para investigar as circunstâncias do duplo homicídio e que a Polícia Militar reforçou o patrulhamento em toda a região. De acordo com o Executivo, um dos suspeitos já foi preso, e as diligências prosseguem sob a supervisão das autoridades estaduais.

As ações, conforme Loyola, estão sendo conduzidas com transparência e rigor técnico, dentro da jurisdição estadual e em respeito à autonomia das instituições.

“O governo da Bahia não se exime de sua responsabilidade e seguirá atuando para garantir segurança e justiça, mas sem se deixar levar por discursos eleitoreiros que apenas aprofundam divisões e desinformam a sociedade”, concluiu o secretário.

Conflitos agrários e contexto histórico da região

A região do Extremo Sul baiano, que abrange municípios como Prado, Itamaraju e Mucuri, concentra antigos litígios de terra entre posseiros, fazendeiros e comunidades tradicionais. Essas disputas são frequentemente associadas à expansão agropecuária, à especulação fundiária e à lentidão dos processos de regularização.

Nos últimos anos, o governo estadual tem reforçado a atuação conjunta com o Instituto de Terras da Bahia (Iterba), o Incra e o Ministério do Desenvolvimento Agrário para mediar conflitos e implementar políticas de assentamento rural, com foco na redução da violência no campo e na pacificação das áreas litigiosas.

Entenda o Caso

Disputa por terra deixa dois mortos em assentamento na Bahia

Um ataque armado ocorrido na manhã de terça-feira (28/10/2025) no assentamento Córrego da Barriguda, em Itamaraju, extremo sul da Bahia, deixou dois agricultores mortos e um ferido em estado grave. As vítimas fatais são Alberto Carlos dos Santos (60) e Amauri Sena dos Santos (37), pai e filho. O sobrevivente, Joabson Lima Alves dos Santos (35), passou por cirurgia após ser atingido na cabeça, fêmur e abdômen e segue internado.

Segundo testemunhas, cerca de 30 indígenas pataxó, encapuzados e fortemente armados, invadiram o local por volta das 7h, em uma ação de retomada de território. O cacique Aruã Pataxó, da Funai, afirmou que o episódio ocorreu dentro da Terra Indígena Barra Velha, reconhecida pela Funai desde 2008, e seria parte de um processo de reocupação ancestral.

Os agricultores, porém, negam essa versão e dizem ocupar a área há mais de 20 anos, em um assentamento de 375 hectares criado para fins de reforma agrária. Um dos moradores descreveu a invasão como “violenta e inesperada”, relatando agressões e ameaças para que deixassem a área.

A Polícia Civil investiga o caso, e autoridades estaduais acompanham a situação. O Governo da Bahia lamentou as mortes e pediu responsabilidade no tratamento do tema, classificando o conflito agrário na região como histórico e complexo.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.