Indústria propõe ações concretas e financiamento climático como foco da COP30 em Belém

CNI apresenta documento com estratégias para conciliar crescimento econômico e agenda climática durante evento Pré-COP30 em Brasília.
CNI apresenta documento com estratégias para conciliar crescimento econômico e agenda climática durante evento Pré-COP30 em Brasília.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) defendeu nesta quarta-feira (15/10/2025) que a 30ª Conferência da ONU sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em novembro em Belém (PA), avance com ações práticas e resultados mensuráveis. Durante o evento Pré-COP30: O Papel do Setor Privado na Agenda do Clima, em Brasília, a entidade lançou o documento Visão da Indústria sobre a COP30, que será apresentado na conferência como contribuição do setor industrial.

O presidente da CNI, Ricardo Alban, destacou que o setor produtivo deve participar ativamente das negociações climáticas, ressaltando que desenvolvimento econômico e sustentabilidade não são conflitantes. Alban afirmou que políticas públicas devem estar integradas à atividade econômica e à sociedade civil, permitindo geração de riqueza e oportunidades.

Ações do setor privado e cooperação internacional

Participaram da abertura do evento Ricardo Mussa, chair da Sustainable Business COP (SB COP); Dan Ioschpe, high-level climate champion da COP30; e Hailton Madureira, secretário-executivo do Ministério das Cidades. Mussa destacou que a SB COP coordena ações de sustentabilidade do setor privado, mostrando que é possível alinhar setor produtivo e público em soluções concretas. Ioschpe reforçou a necessidade de cooperação entre governos e empresas para cumprir as metas do Acordo de Paris, enquanto Madureira afirmou que não haverá justiça climática sem justiça urbana.

Financiamento climático como prioridade

O documento da CNI enfatiza que financiamento climático deve ser eixo central da COP30, propondo medidas para destravar acesso a capital, como simplificação de processos em bancos multilaterais e flexibilização de regras fiscais para países em desenvolvimento. A entidade aponta o Roadmap Baku-Belém, que visa mobilizar até US$ 1,3 trilhão anuais até 2035, como ferramenta essencial para ampliar recursos para mitigação e adaptação.

A CNI também defende indicadores mensuráveis para a Meta Global de Adaptação, implementação gradual das metas e inclusão de métricas financeiras confiáveis, garantindo monitoramento transparente e eficaz.

Mercado de carbono e transição justa

Segundo a entidade, o mercado de carbono representa oportunidade estratégica para o Brasil, com potencial de consolidar o país como emissor de créditos de alta integridade ambiental. A CNI destaca a necessidade de regulamentar o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE) e alerta que instrumentos como o Mecanismo de Ajuste de Fronteira de Carbono da União Europeia podem criar barreiras comerciais injustas.

Protagonismo industrial e inovação

O diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz, afirmou que a COP30 é oportunidade para consolidar avanços em descarbonização e bioeconomia, expandir parcerias e gerar resultados concretos. O superintendente de Meio Ambiente da CNI, Davi Bomtempo, ressaltou que o evento é uma chance de transformar diálogo global em investimentos e competitividade para o Brasil.

A Sustainable Business COP reúne cerca de 40 milhões de empresas em 60 países. Mais de 670 propostas do setor privado foram submetidas e 48 cases selecionados, incluindo 19 brasileiros, como reciclagem de 5,5 bilhões de garrafas PET por ano e restauração de 350 mil hectares de manguezais.

Apoio institucional e patrocínio

A participação da CNI na COP30 conta com correalização do SENAI e SESI e apoio de entidades como Amcham Brasil, ABEEólica, CCAB e U.S. Chamber of Commerce. O evento é patrocinado por empresas como Schneider Electric, JBS, Suzano, Braskem, Vale, Ambev e Itaúsa.


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