OpenAI se torna corporação de benefício público e amplia parceria estratégica com a Microsoft

A transformação da OpenAI em corporação de benefício público consolida sua aliança estratégica com a Microsoft, que passa a deter 27% da empresa. O novo modelo prioriza responsabilidade social e transparência, mas mantém a dependência tecnológica com o Azure. O mercado reagiu positivamente, e a Microsoft superou US$ 4 trilhões em valor de mercado, reforçando sua liderança no setor de inteligência artificial.
A OpenAI oficializou a transformação de sua unidade de lucro em corporação de benefício público (PBC), consolidando nova etapa de parceria com a Microsoft.

A OpenAI anunciou nesta terça-feira (28/10/2025) a transformação de sua unidade voltada a lucro em uma corporação de benefício público (Public Benefit Corporation — PBC), formalizando uma nova etapa da parceria com a Microsoft, que passa a deter 27% de participação na criadora do ChatGPT, equivalente a US$ 135 bilhões. A mudança reforça o compromisso com a responsabilidade social e a governança ética no avanço da inteligência artificial.

Nova estrutura e objetivos corporativos

Com a reestruturação, a OpenAI assume o compromisso formal de gerar benefícios públicos e operar de forma transparente, conciliando lucro e responsabilidade. Esse modelo, adotado por empresas de impacto social, permite que decisões estratégicas considerem não apenas retorno financeiro, mas também efeitos sociais e éticos da tecnologia.

A Microsoft mantém direitos exclusivos sobre a propriedade intelectual da OpenAI e continuará sendo parceira no desenvolvimento de modelos avançados de IA, com prioridade de uso da infraestrutura Azure, sua plataforma de computação em nuvem. Segundo comunicado oficial, ambas as empresas poderão avançar de forma independente em inovação, preservando a colaboração tecnológica que impulsionou o crescimento da IA generativa.

Termos financeiros e operacionais do novo acordo

Entre os pontos do contrato, está a ampliação do acordo exclusivo de propriedade intelectual até 2032, garantindo à Microsoft acesso prioritário a modelos desenvolvidos pela OpenAI. Além disso, a criadora do ChatGPT se comprometeu a investir US$ 250 bilhões em serviços do Azure, reforçando a dependência estratégica entre as companhias.

Em contrapartida, a Microsoft perde o direito de preferência como provedora de nuvem, o que abre espaço para que a OpenAI forneça APIs (interfaces de programação) a outros parceiros, incluindo o setor de segurança do governo dos Estados Unidos, de forma independente.

Impacto no mercado e reação dos investidores

O anúncio teve efeito imediato no mercado financeiro. Às 19h14 (horário de Brasília), as ações da Microsoft registravam alta de 0,18% no after hours da Bolsa de Nova York, após valorização de 1,98% na sessão regular. O desempenho levou a companhia a ultrapassar, pela primeira vez, a marca de US$ 4 trilhões em valor de mercado, consolidando sua liderança global no setor tecnológico.

Analistas destacam que a decisão reforça a posição da Microsoft como principal investidora institucional no ecossistema de inteligência artificial, em um cenário de crescente competição entre gigantes do setor, como Google, Amazon e Anthropic.

Corporação de Benefício Público

A conversão da OpenAI em corporação de benefício público representa uma inflexão estratégica na relação entre inovação e ética corporativa. O modelo PBC introduz uma lógica híbrida, na qual a busca por lucro deve coexistir com compromissos de transparência, segurança e responsabilidade social. Contudo, a presença dominante da Microsoft levanta questionamentos sobre a real autonomia da OpenAI, especialmente diante do controle tecnológico e financeiro exercido por uma única parceira.

Ao mesmo tempo, o acordo redefine os parâmetros de governança no setor de IA, ampliando a pressão sobre concorrentes e sobre governos que buscam regulamentar a inteligência artificial sem sufocar o ritmo da inovação.

*Com informações do Estadão.


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