O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, realizaram, na segunda-feira (06/10/2025), uma conversa de aproximadamente 30 minutos por videoconferência. O diálogo, iniciado por Trump, teve como foco principal a economia, comércio bilateral e a sobretaxa de 50% aplicada a produtos brasileiros, além de medidas restritivas contra autoridades do Brasil.
Sobretaxa e negociações bilaterais
Durante a ligação, Lula solicitou a retirada da sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos e medidas restritivas, destacando que o Brasil é um dos três países do G20 com superávit na balança de bens e serviços junto aos EUA. O presidente brasileiro propôs a retomada das relações amigáveis de 201 anos entre os países, sugerindo encontros futuros, incluindo a Cúpula da ASEAN na Malásia e a COP30 em Belém.
O governo americano indicou que o secretário de Estado, Marco Rubio, conduzirá as negociações com a equipe brasileira formada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda Fernando Haddad. Ambos os presidentes trocaram números pessoais para estabelecer comunicação direta.
Repercussão política e econômica
O vice-presidente Geraldo Alckmin classificou a conversa como “muito positiva” e destacou que o diálogo poderá gerar avanços concretos em investimentos e acordos comerciais, embora novos passos ainda dependam de negociações futuras. O ministro da Fazenda Fernando Haddad considerou o contato amistoso e relevante do ponto de vista econômico.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) qualificou a conversa como “avanço concreto”, ressaltando que a revogação da tarifa adicional poderia liberar US$ 7,8 bilhões em exportações brasileiras e restaurar competitividade e previsibilidade nas relações comerciais. Produtos como café, cacau, frutas e produtos metálicos estão entre os itens que podem ser beneficiados.
Análise diplomática e panorama internacional
Especialistas apontam que a conversa marca o início de um processo de reaproximação, mas que requer sinais concretos dos Estados Unidos. A doutoranda Jahde De Almeida Lopez ressalta que a interlocução com Marco Rubio, alinhado à direita latino-americana, indica que as negociações podem ser pautadas mais por gestão de crises do que por parcerias estratégicas.
O diálogo também sinaliza o início da restauração de canais diretos de comunicação bilateral, embora a continuidade dependa de acordos sobre tarifas e medidas restritivas aplicadas aos produtos e autoridades brasileiras.
*Com informações da Agência Brasil e Sputnik News.
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