Centenas de jovens da geração Z se reuniram nesta terça-feira (30/09/2025) em Antananarivo, capital de Madagascar, para exigir a renúncia do presidente Andry Rajoelina. Os protestos foram motivados por cortes recorrentes de água e eletricidade, além de denúncias de corrupção. Apesar do pedido de desculpas transmitido pelo presidente na noite anterior e da demissão do governo, os manifestantes mantiveram a mobilização.
Conflito e vítimas
Segundo relatório do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), desde quinta-feira (25/09/2025) pelo menos 22 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas durante confrontos com forças de segurança e atos de saque generalizado. O Ministério das Relações Exteriores de Madagascar contesta esses números.
O cenário reflete uma crise estrutural: em 2022, 75% da população vivia abaixo da linha da pobreza, segundo o Banco Mundial, e a ONG Transparência Internacional classifica o país em 140º lugar entre 180 países no Índice de Percepção da Corrupção.
Contexto social e histórico
O sociólogo Jean-Michel Wachsberger, da Universidade de Lille, lembra que manifestações juvenis já ocorreram em 1991, destacando que a repressão atual apresenta semelhanças com eventos anteriores. Segundo ele, 42% dos jovens com menos de 35 anos buscam emprego e enfrentam falta de perspectiva, agravando a insatisfação social.
Wachsberger ressalta que a geração Z está conectada a movimentos internacionais, inspirando-se em protestos recentes, como os ocorridos no Nepal. A ativista Masova, de 30 anos, declarou que o movimento busca Estado de Direito, justiça e mudança estrutural, transcendendo a mobilização exclusiva da geração Z.
Impactos e perspectivas
Os protestos revelam desesperança entre os jovens e indicam que a insatisfação com os serviços públicos e a corrupção pode persistir, independentemente das mudanças no governo. Especialistas apontam que a crise social exige reformas estruturais, melhoria na redistribuição de riquezas e políticas que atendam à juventude e à população urbana mais vulnerável.
*Com informações da RFI.
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