A Bahia registrou queda de 33% nas mortes violentas na primeira quinzena de novembro de 2025 em comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo dados oficiais divulgados nesta sexta-feira (22/11/2025). O deputado estadual Rosemberg Pinto, líder da maioria na Assembleia Legislativa, afirmou que os números reforçam a tendência iniciada em outubro e refletem os impactos da política de segurança pública coordenada pelo governo Jerônimo Rodrigues.
O parlamentar destacou que a redução ocorre em meio a críticas da oposição, que vem questionando a gestão estadual na área. Para Rosemberg, os resultados demonstram que o enfrentamento ao crime organizado exige estratégia consistente e integração entre forças de segurança, e não ações pontuais motivadas por disputas políticas.
Segundo ele, a queda nos indicadores está associada ao uso ampliado do Policiamento Orientado pela Inteligência (POI) e à intensificação das operações conjuntas entre forças estaduais e federais. Além da redução nas mortes violentas, houve aumento de 17% nas apreensões de armas de fogo no estado durante o mesmo período.
Expansão das ações de inteligência
A estratégia de segurança pública da Bahia baseia-se na ampliação da doutrina de Policiamento Orientado pela Inteligência, método que utiliza análise de dados, identificação de padrões e monitoramento de organizações criminosas para orientar a atuação das equipes em campo. Conforme ressaltou Rosemberg Pinto, os resultados positivos vêm sendo observados há dois meses, consolidando um ciclo de queda progressiva nos crimes letais.
As operações integradas reúnem efetivos das polícias Civil e Militar, da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e de outras instituições de segurança. O objetivo é fortalecer a repressão a facções, ampliar a presença estatal em áreas vulneráveis e acelerar investigações relacionadas ao tráfico de drogas, disputas territoriais e organizações armadas.
O deputado afirmou que esse modelo tem se mostrado mais eficiente do que ações isoladas, por permitir atuação coordenada, compartilhamento de informações e priorização de alvos estratégicos.
Debate político e críticas da oposição
A divulgação dos dados reacendeu o debate político sobre a segurança pública na Bahia. Rosemberg criticou declarações de integrantes da oposição, citando nominalmente o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, que tem utilizado redes sociais para comentar episódios de violência. Para o líder governista, a narrativa oposicionista ignora avanços recentes e simplifica um tema complexo com críticas de caráter eleitoral.
O parlamentar defendeu que a discussão sobre segurança pública deve estar ancorada em propostas consistentes, com base técnica, institucional e legal. Segundo ele, “não se combate crime organizado com arroubos no Instagram”, reforçando que políticas estruturadas exigem continuidade, planejamento e investimentos de longo prazo.
Além disso, sustentou que o governo tem buscado reforçar a presença policial em regiões críticas, ampliar a capacidade investigativa do estado e intensificar ações preventivas — medidas que, segundo ele, começam a se refletir nos indicadores de violência.
Resultados no contexto nacional
A redução das mortes violentas na Bahia ocorre em um quadro nacional heterogêneo, no qual alguns estados enfrentam elevação nos índices, enquanto outros mantêm estabilidade ou queda. Especialistas mencionam que oscilações desse tipo são influenciadas por diversos fatores, como reorganização de facções criminosas, políticas de segurança, investimentos em tecnologia e integração entre instituições.
No caso baiano, o governo destaca que a incorporação de novas ferramentas de inteligência, o reforço no efetivo e a expansão de sistemas de monitoramento eletrônico têm sido decisivos para acelerar a resposta estatal em situações críticas.
Complexidade da segurança pública e disputas narrativas
O debate sobre segurança pública na Bahia expõe um aspecto recorrente da política brasileira: a disputa pela narrativa em torno de números e percepções. Embora os dados indiquem melhoria, a leitura desses indicadores exige prudência, especialmente porque tendências estatísticas só se consolidam com séries históricas mais extensas.
A redução observada em novembro e outubro de 2025 sugere movimento positivo, mas deve ser analisada em conjunto com desafios estruturais ainda presentes, como a expansão das facções, o acesso ilegal a armas de alto calibre e a vulnerabilidade de áreas periféricas. O embate entre governo e oposição, por sua vez, revela como a segurança pública se tornou terreno de disputa política, muitas vezes deslocando o foco das soluções de longo prazo para a troca de acusações de curto alcance. O desafio permanece em separar análise técnica de retórica eleitoral.
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