Apoio internacional ao abandono dos combustíveis fósseis reuniu mais de 80 países na terça-feira (18/11/2025), durante o Mutirão Call for a Fossil Fuel Roadmap, na COP30, em Belém, com a defesa de um mapa global de transição energética e avanços paralelos na proteção dos manguezais.
Representantes ministeriais formalizaram respaldo à proposta brasileira de um calendário de redução do uso de petróleo, gás natural e carvão mineral, apresentada no início da conferência. O encontro reuniu países do Norte e do Sul Global, consolidando a articulação diplomática conduzida pelo Brasil.
Nos discursos públicos, autoridades da Alemanha, Dinamarca, Reino Unido, Quênia, Serra Leoa e Ilhas Marshall destacaram que a iniciativa estabelece referências comuns para ações climáticas previstas no acordo internacional.
Convergência global na transição energética
O secretário de Estado do Reino Unido, Ed Miliband, afirmou que a mobilização reúne países de diferentes regiões em torno da necessidade de acelerar o processo de transição. Para Serra Leoa, o ministro Jiwoh Abdulai defendeu que a elevação de 1,5°C representa impacto direto na segurança socioeconômica de populações vulneráveis.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, disse que o avanço exige financiamento, diversificação econômica e fortalecimento tecnológico para o abandono gradativo dos combustíveis fósseis. O Brasil apresentou a proposta como eixo de cooperação entre governos durante a COP30.
A jovem campeã do clima da conferência, Marcelle Oliveira, reforçou o papel das novas gerações na pressão por políticas climáticas e na participação em espaços de decisão.
Reações sociais e críticas ao processo global
O Observatório do Clima avaliou que o volume de manifestações de apoio evidencia alinhamento internacional ao plano brasileiro. Para a organização, o mapa do caminho ganhou sustentação ampla entre países participantes da conferência.
Em paralelo, organizações territoriais afirmaram que comunidades tradicionais não participaram do processo de formulação da proposta. Em nota, o Instituto Internacional Arayara declarou que lideranças locais afetadas por projetos fósseis precisam integrar as negociações para garantir justiça climática.
A crítica ressalta que comunidades indígenas, quilombolas e povos tradicionais enfrentam impactos diretos de empreendimentos relacionados à exploração de petróleo, gás e carvão mineral, e defendem participação ampliada nas decisões.
Pacto global por manguezais e adesão brasileira
Paralelamente às discussões sobre combustíveis fósseis, 46 governos aderiram ao Mangrove Breakthrough, pacto internacional para proteger manguezais e mobilizar US$ 4 bilhões até 2030 para restaurar 15 milhões de hectares. Estados brasileiros como Amapá, Bahia, Pará, Maranhão, Pernambuco, Sergipe e Rio de Janeiro, além de Aracaju, declararam participação no movimento.
A iniciativa reforça a posição do Brasil na conservação da maior faixa contínua de manguezais do mundo, com implementação conjunta com a rede Coastal 500, que reúne prefeitos e líderes comunitários litorâneos.
Segundo o Mangrove Breakthrough Hub, o compromisso fortalece políticas integradas entre governos locais, comunidades e pescadores, ampliando capacidade de adaptação climática nas regiões costeiras.
Governança ambiental integrada e ações locais
A organização Rare destacou que o pacto depende da atuação de comunidades diretamente ligadas aos manguezais, consideradas fundamentais para a manutenção dos ecossistemas. Para a Conservation International Brasil, o avanço demonstra coordenação entre diferentes esferas de governo para resultados ambientais.
Os organizadores afirmam que o movimento estabelece diretrizes para ampliar proteção, restaurar áreas degradadas e promover resiliência climática em territórios costeiros, articulando políticas públicas e participação social.
*Com informações da Agência Brasil.
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