Enquanto as forças de segurança da Bahia desarticulavam uma quadrilha no município de São Félix, o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), utilizava as redes sociais para criticar o governo estadual e questionar a política de segurança pública. O episódio gerou reação imediata de parlamentares governistas e repercutiu após a própria TV Bahia, pertencente à família do ex-prefeito, exibir reportagem destacando a eficiência e rapidez da operação.
Segundo o deputado estadual Marcelino Galo (PT), a manifestação de Neto foi precipitada.
“Enquanto as forças de segurança do governo desarticulavam uma quadrilha em São Félix, o ex-prefeito corria às redes sociais para posar de especialista em segurança pública. O blogueirinho, no impulso de sempre, se apressou em criticar o governo antes mesmo de entender o que estava acontecendo”, afirmou o parlamentar.
Operação em São Félix resulta em prisões e apreensão de armas e drogas
A ação conjunta das polícias Militar e Civil ocorreu nas imediações da Barragem de Pedra do Cavalo, ponto estratégico entre os municípios de São Félix e Cachoeira. As equipes interceptaram seis integrantes de uma facção criminosa, sendo que cinco foram presos e um acabou ferido durante confronto. Entre os materiais apreendidos estavam pistolas, carregadores, munições e entorpecentes.
A TV Bahia, em reportagem exibida na noite de terça-feira (11/11/2025), descreveu a operação como “rápida e eficiente”, destacando o reforço do patrulhamento ostensivo e a mobilização de unidades especializadas. A cobertura jornalística contrariou diretamente a crítica publicada por ACM Neto, que havia questionado a capacidade de resposta do governo estadual às ações criminosas.
Vereador do União Brasil é preso por tráfico de drogas em Itabela
No mesmo dia, a Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA) informou que uma segunda operação foi deflagrada em Itabela, no extremo sul do estado, também com atuação integrada das polícias Civil e Militar. O alvo era P.A.D.O., homem investigado por tráfico de drogas, que reagiu à abordagem e morreu em confronto.
Durante a ação, foram presos em flagrante o vereador Lucas Lemos (União Brasil) e outro suspeito, identificado como C.S.R., por tráfico e associação ao tráfico de drogas. Segundo a polícia, foram apreendidos um revólver calibre .38, munições, pinos de cocaína e um tablete da droga com 255 gramas.
A prisão do parlamentar, filiado ao mesmo partido de ACM Neto, ampliou a repercussão política.
“Enquanto policiais arriscam a vida combatendo o crime, um vereador do partido do blogueirinho é flagrado com drogas e armas. O que ele vai dizer agora? Vai fazer postagem no Instagram também?”, ironizou o deputado Marcelino Galo.
Repercussão política e desgaste na oposição
O episódio intensificou a disputa retórica entre governistas e opositores na Bahia. Marcelino Galo associou as críticas de Neto a um comportamento “impulsivo” e “eleitoreiro”, enquanto aliados do ex-prefeito afirmam que as declarações representam um posicionamento político legítimo diante da crise de segurança no estado.
Para analistas, a coincidência entre a eficiência da operação divulgada pela TV Bahia e a prisão de um vereador aliado de Neto fragilizou o discurso oposicionista, alimentando narrativas sobre contradições dentro do próprio União Brasil. O caso também evidencia a tensão entre a retórica das redes sociais e a realidade factual apresentada pela imprensa, especialmente quando os fatos contradizem estratégias de comunicação política.
Incoerência moral e seletividade política
A cobertura da TV Bahia teve efeito simbólico relevante ao expor a inconsistência do discurso oposicionista de ACM Neto, uma vez que o veículo é ligado à sua própria família. O contraste entre a narrativa digital do ex-prefeito e o conteúdo factual apresentado pela emissora evidencia a fragilidade do populismo digital quando confrontado com dados concretos de segurança pública.
Além disso, a prisão de um vereador do União Brasil por tráfico de drogas reforça a percepção de incoerência moral e seletividade política na crítica da oposição. A reação de Marcelino Galo, ainda que ácida, traduz um embate retórico que reflete a disputa pela narrativa sobre quem efetivamente combate o crime e quem apenas se beneficia politicamente dele.

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