Feira de Santana: Contação de histórias inspira jovens do Coletivo Bahia pela Paz em oficina do projeto Pipas Literart nas Escolas

A oficina do Pipas Literart nas Escolas reuniu jovens do Coletivo Bahia pela Paz, em Feira de Santana, para uma vivência de arte, escuta e ancestralidade inspirada na tradição africana do griô. Com apoio da PNAB, Secult-BA e SJDH, o projeto promoveu reflexão sobre identidade, racismo e pertencimento, integrando literatura, música e cultura popular como instrumentos de transformação social.
Oficina do Pipas Literart nas Escolas inspira jovens do Coletivo Bahia pela Paz em Feira de Santana com arte, ancestralidade e contação de histórias, promovendo cultura de paz e valorização da identidade negra.

Jovens do Coletivo Bahia pela Paz de Conceição, em Feira de Santana, participaram neste mês de novembro de 2025 de uma vivência marcada por arte, escuta e tradição popular durante a oficina do projeto Pipas Literart nas Escolas, realizada na Casa da Gestão dos Coletivos, no bairro Conceição. A iniciativa promoveu uma imersão na arte da contação de histórias, inspirada na figura do griô, mestre da tradição oral africana que conecta ancestralidade e contemporaneidade.

A abertura da oficina foi conduzida pela atriz e poetisa Luma Luz, que declamou poesias e dialogou com os jovens sobre o papel da arte e da educação como ferramentas de resistência e valorização da identidade negra. A ação faz parte do projeto Pipas Literart nas Escolas, contemplado nos editais da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), com apoio da Secretaria de Cultura da Bahia (Secult) e do Programa Bahia pela Paz, coordenado pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH).

A proposta evidencia a cooperação entre as esferas federal e estadual na promoção de políticas culturais voltadas à juventude, reforçando a cultura de paz e o fortalecimento das comunidades.

Vivência coletiva e expressão criativa

Durante a atividade, os participantes vivenciaram dinâmicas de imaginação auditiva, ritmo e escuta sensível, além de contribuírem para a criação coletiva de uma pintura em formato de árvore, na qual cada jovem deixou sua digital como símbolo de pertencimento e identidade comunitária.

A jovem Emilly Barbosa, 18 anos, moradora da Conceição, relatou que a experiência proporcionou reflexões sobre seu cotidiano e sua trajetória.

“A oficina trouxe exemplos de muitas coisas que a gente normalmente vive. Eu, como uma menina negra, que já vivi muitas situações de racismo, acho interessante esse momento em que a gente para pra refletir o quanto isso nos afeta, mas também o quanto pode nos fortalecer. E o Coletivo vem me ajudando muito nessa questão”, afirmou.

Educação, cultura e fortalecimento comunitário

Para Jaqueline Santos, coordenadora pedagógica dos Coletivos de Feira de Santana, o encontro reforça a importância da educação aliada à cultura como meio de transformação social.

“A gente já trabalha com formações, então a realização dessa oficina chega como uma oportunidade de introduzir a arte e a literatura no cotidiano da comunidade. Sabemos que muitos jovens são atravessados por diversas violências e, muitas vezes, não encontram espaços para se expressar. Essa oportunidade fortalece o sentimento de pertencimento cultural e potencializa as vivências dessas juventudes”, destacou.

Integração entre literatura, música e cultura popular

A proponente do projeto, Cíntia Maria, ressaltou que o objetivo central do Pipas Literart é unir literatura, música e cultura popular para estimular a criatividade e a expressividade corporal dos jovens.

“Somos um projeto da Conceição e vimos a oportunidade de articular com o Coletivo aquilo que já vínhamos desenvolvendo em Feira de Santana, envolvendo a contação de histórias com os beneficiários do Coletivo para promover a cultura de paz no nosso bairro”, explicou.

A atividade contou também com a condução dos contadores de histórias e educadores Felipe Lisonjeado e Léo Sátiro, que trabalharam práticas de escuta ativa, improvisação e oralidade como ferramentas de fortalecimento emocional e social.

Educação, arte e ancestralidade

A oficina do Pipas Literart nas Escolas, ao unir educação, arte e ancestralidade, revela o potencial das ações culturais comunitárias na formação cidadã da juventude periférica. A valorização das narrativas orais e da cultura afro-brasileira contribui para a reconstrução de identidades e para o fortalecimento do tecido social em áreas vulneráveis. O evento exemplifica o papel transformador das políticas culturais quando aliadas à escuta sensível e à pedagogia libertadora, ainda que careça de maior difusão e continuidade institucional.


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