O Flamengo derrotou o Palmeiras neste sábado (29/11/2025) por 1 a 0 na final da Copa Libertadores de 2025, no Estádio Monumental U, e conquistou o quarto título continental de sua história, tornando-se o primeiro clube brasileiro a alcançar o tetracampeonato. O gol decisivo foi marcado por Danilo, de cabeça, aos 21 minutos do segundo tempo, após cobrança de escanteio de Arrascaeta. A partida foi marcada por equilíbrio, reclamações sobre a arbitragem e forte presença das duas torcidas em Lima.
O confronto entre Flamengo e Palmeiras, que já se consolidara como a principal rivalidade interestadual da América do Sul na última década, ganhou novo capítulo decisivo. O time carioca chegou à sua quarta final em sete anos, vencendo três delas, enquanto o Palmeiras disputou a terceira decisão em cinco temporadas, todas sob o comando de Abel Ferreira, que renovará seu vínculo até 2027.
O Flamengo entrou pressionado pela lembrança da final perdida para os paulistas em 2021, quando sofreu o gol de Deyverson na prorrogação. A vitória deste sábado, com atuação sólida e maturidade competitiva, foi tratada internamente como um acerto de contas. Filipe Luís, que completou seu primeiro ano como treinador com títulos importantes, consolidou seu nome como técnico de ponta num clube que, desde 2019, aprendeu a conviver com a obrigatoriedade de brigar por todos os troféus.
Primeiro tempo: pressão do Flamengo, intensidade do Palmeiras e polêmicas
O Flamengo iniciou o jogo com marcação alta, circulação rápida de bola e domínio territorial. Em 15 minutos, criou duas chances claras com Bruno Henrique e Samuel Lino, exigindo atenção da defesa palmeirense. O Palmeiras respondeu com Vitor Roque e Flaco López, elevando o ritmo e equilibrando as ações.
A tensão cresceu aos 30 minutos, quando Erick Pulgar acertou um chute na canela de Bruno Fuchs em lance com a bola parada. O árbitro Darío Herrera aplicou apenas cartão amarelo, provocando forte reclamação do Palmeiras. No intervalo, dirigentes e jogadores alviverdes voltaram a protestar contra o que consideraram erro grave. Apesar da polêmica, o jogo seguiu com alta intensidade física e alternância de domínio.
O Flamengo ainda teve bom ataque no final da etapa inicial, em jogada de Carrascal que quase encontrou Samuel Lino livre na área. O Palmeiras, por sua vez, terminou o primeiro tempo mais agressivo, com Vitor Roque pressionando os zagueiros rubro-negros e obrigando Danilo e Varela a sucessivas intervenções.
Segundo tempo: Flamengo aproveita bola parada, segura pressão e confirma o tetra
As equipes retornaram sem alterações, mantendo o plano tático. O Palmeiras tentou acelerar o ritmo, buscando Vitor Roque em triangulações pela direita. O Flamengo respondeu quando Bruno Henrique recuperou bola perdida por Murilo e serviu Arrascaeta, bloqueado no último instante por Gustavo Gómez.
O jogo tomou contornos mais dramáticos e aberto. O Palmeiras cresceu em posse e volume, mas a defesa rubro-negra neutralizava finalizações perigosas. Aos 21 minutos, a partida mudou de rumo: escanteio de Arrascaeta, subida impecável de Danilo, cabeceio firme e a bola nas redes de Carlos Miguel. O estádio explodiu em vermelho e preto.
Depois do gol, o Palmeiras se lançou ao ataque, promovendo cinco alterações e empurrando o Flamengo para o próprio campo. Aos 43 minutos, Vitor Roque perdeu a chance mais clara da partida, dentro da pequena área, bloqueado novamente por Danilo, protagonista absoluto da noite. A equipe de Filipe Luís resistiu até o apito final.
Flamengo confirma era de domínio e amplia lista de conquistas recentes
O título consolida o Flamengo como a equipe mais vencedora do continente na era recente, acumulando desde 2019:
- 3 Libertadores
- 2 Campeonatos Brasileiros
- 2 Copas do Brasil
- 3 Supercopas do Brasil
- 1 Recopa Sul-Americana
- 5 Campeonatos Cariocas
Com receitas superiores a R$ 1,33 bilhão em 2024 e projeção de alcançar R$ 2 bilhões ao ano, o Flamengo reforça sua hegemonia financeira e esportiva. Em premiações, somou US$ 33,24 milhões (R$ 177,3 milhões) na campanha do título.
O Palmeiras, embora derrotado, mantém-se como potência sul-americana. Abel Ferreira somará mais dois anos ao clube e continuará como peça central da reconstrução alviverde, que chegou a três finais e conquistou duas.
Um tetra que redefine a relação de forças no futebol sul-americano
A conquista rubro-negra representa mais que um título esportivo: simboliza a consolidação de uma nova correlação de forças no continente. Flamengo e Palmeiras, com estruturas robustas, receitas volumosas e elencos de alto investimento, transformaram-se nos principais polos de poder do futebol sul-americano. A vitória deste sábado amplia a vantagem estratégica do Flamengo, especialmente na narrativa histórica das grandes decisões.
O jogo também expôs elementos recorrentes das finais recentes, como a polêmica de arbitragem e a intensidade física elevada. Embora o Palmeiras tenha apresentado organização e capacidade de reação, faltou precisão nas conclusões, enquanto o Flamengo foi cirúrgico e eficiente nas bolas paradas — tradicionalmente uma arma palestrina.
Por fim, o desempenho de Danilo sintetiza o espírito competitivo do Flamengo. Um veterano que retorna ao clube de coração para marcar o gol do título e salvar a equipe no último lance projeta uma narrativa simbólica e reforça o imaginário rubro-negro em torno da “geração 2019+”. O tetra não fecha um ciclo: abre outro, ainda mais exigente.
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