Grandes Pintores Feirenses: arte, memória e identidade cultural reunidas em nova homenagem pública

Ilustração oficial da série Grandes Pintores Feirenses, reunindo representações de Pedro Roberto, Marcus Moraes, Cesar Romero, Carlo Barbosa, Leonice Barbosa, Juraci Dórea e Gil Mário, em iniciativa da Fundação Senhor dos Passos, Núcleo de Preservação da Memória Feirense Rollie E. Poppino e Fundação Cultural Egberto Tavares Costa.

Feira de Santana, sábado, 15/11/2025 — Uma iniciativa conjunta da Fundação Senhor dos Passos, do Núcleo de Preservação da Memória Feirense Rollie E. Poppino e da Fundação Cultural Egberto Tavares Costa passa a integrar oficialmente o calendário cultural do município ao lançar uma homenagem histórica aos Grandes Pintores Feirenses, destacando artistas que marcaram de forma decisiva o desenvolvimento das artes visuais na cidade e na Bahia. A ilustração apresentada reúne sete nomes fundamentais para a consolidação da identidade estética feirense: Pedro Roberto, Marcus Moraes, Cesar Romero, Carlo Barbosa, Leonice Barbosa, Juraci Dórea e Gil Mário.

A criação do painel-síntese evoca o legado de gerações que transformaram Feira de Santana em referência regional, não apenas pelo talento individual, mas pela construção de um ambiente artístico que dialoga com tradições sertanejas, modernidade e memória histórica. O projeto busca ampliar a circulação das obras, fortalecer o reconhecimento público desses criadores e estimular novas frentes de preservação cultural.

A força de uma escola artística formada no interior da Bahia

Ao destacar nomes de diferentes trajetórias, a homenagem evidencia a amplitude de linguagens que moldaram o cenário feirense ao longo de décadas. Pedro Roberto e Marcus Moraes, ligados a uma produção marcada por experimentação e crítica social, representam gerações que utilizaram a arte como expressão de transformações urbanas, políticas e identitárias.

Enquanto isso, Cesar Romero se consolidou nacionalmente pelo rigor técnico e pela presença constante em acervos e exposições, mantendo laços permanentes com a cidade. Já Carlo Barbosa, falecido precocemente, permanece como referência de sensibilidade estética e domínio narrativo, cuja influência ecoa entre artistas contemporâneos.

A contribuição feminina e o diálogo com a memória local

A presença de Leonice Barbosa reafirma a importância das mulheres na história das artes visuais da Bahia. Sua obra, marcada por identidade própria e refinamento técnico, amplia o entendimento sobre a produção feirense e corrige lacunas históricas comuns nos registros institucionais.

O painel também reserva espaço para a obra de Juraci Dórea, um dos mais influentes artistas baianos da segunda metade do século XX, cuja intervenção no sertão — sobretudo com o projeto Aruanda — levou a arte ambiental e contemporânea ao debate nacional. O conjunto se completa com Gil Mário, referência popular e acadêmica, cuja pintura figurativa se tornou reconhecida pelo diálogo com a cultura local.

Instituições mobilizadas para fortalecer a preservação cultural

A participação simultânea da Fundação Senhor dos Passos, da Fundação Cultural Egberto Tavares Costa e do Núcleo Rollie E. Poppino demonstra um esforço articulado para consolidar práticas de registro histórico e memória artística. A ação complementa políticas de preservação que incluem acervos documentais, exposições permanentes e novos incentivos à produção local.

Essas instituições passam a atuar como guardiãs do legado desses pintores, promovendo atividades educativas, publicações especializadas e difusão digital, fundamentais para que a população mais jovem tenha acesso ao patrimônio que ajudou a formar o imaginário urbano e cultural da cidade.

Reposicionar a arte local

A homenagem aos Grandes Pintores Feirenses cumpre um papel essencial ao reposicionar a arte local no debate contemporâneo, mas também evidencia a necessidade de políticas públicas permanentes para preservação e difusão cultural. Embora a iniciativa fortaleça a memória artística e reforce o valor histórico desses criadores, a ausência de um museu municipal estruturado e de programas contínuos de formação limita o alcance dessa valorização. Ao reconhecer trajetórias individuais, o projeto também convida a sociedade e o poder público a ampliar investimentos, preencher lacunas e garantir que o legado desses artistas permaneça vivo e acessível.


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