Prefeito José Ronaldo autoriza licitação de R$ 60 milhões para duplicação da Avenida Artêmia Pires em Feira de Santana

A Prefeitura de Feira de Santana autorizou licitação de mais de R$ 60 milhões para duplicar a Avenida Artêmia Pires, contemplando drenagem, saneamento, iluminação e ampliação viária. O prefeito José Ronaldo destacou parcerias históricas, a legislação de recuo obrigatório e o compromisso assumido com a comunidade. A obra, prevista para 18 meses, integra estratégia de ordenamento urbano e reforça o debate sobre o crescimento acelerado do bairro SIM.
O prefeito José Ronaldo de Carvalho assina a ordem de abertura da licitação para duplicação da Avenida Artêmia Pires, durante coletiva realizada no local das futuras obras, com presença de secretários, vereadores, técnicos, empreendedores e moradores do bairro SIM.

A Prefeitura autorizou a abertura da licitação para a duplicação da Avenida Artêmia Pires, investimento superior a R$ 60 milhões. A ordem foi assinada nesta quarta-feira (26/11/2025) pelo prefeito José Ronaldo, que destacou o impacto da obra na mobilidade e no ordenamento urbano da região, marcada por intenso crescimento populacional e imobiliário nas últimas décadas.

A ordem para abertura da licitação será publicada no Diário Oficial do Município desta quinta-feira (27/11). As obras contemplam três pistas no trecho entre a Unex e a Avenida Fernando Pinto de Queiroz, ampliando-se para quatro pistas até a Lagoa de Berreca. O projeto inclui ainda drenagem profunda, esgotamento sanitário, passeios padronizados, iluminação moderna e sinalização.

A duplicação estabelecerá novas conexões viárias com as Avenidas Sérgio Carneiro, Sílvio Matos e Eduardo Fróes da Motta (Anel de Contorno). O processo licitatório deve ocorrer em até 35 dias úteis, e a execução da obra tem prazo previsto de 18 meses após a contratação da empresa vencedora.

Intervenções previstas e articulação com empresas concessionárias

A Prefeitura estabeleceu diálogo prévio com a Embasa e a Bahiagás, definindo a obrigação de que suas redes sejam instaladas antes da pavimentação definitiva, evitando a necessidade de cortes posteriores no asfalto — prática que historicamente gera custos extras, retrabalhos e desgaste da malha viária.

O projeto contempla, cumulativamente:

  • Drenagem profunda e superficial;

  • Saneamento sanitário ampliado;

  • Passeios padronizados e acessíveis;

  • Iluminação pública moderna, com tecnologia LED;

  • Sinalização vertical e horizontal;

  • Pavimentação de novas vias de integração com bairros adjacentes;

  • Ampliação e regularização de faixas de rolamento, com foco na mobilidade urbana.

A visão histórica do prefeito sobre o crescimento da região

Em seu discurso, José Ronaldo recuperou parte da trajetória da Artêmia Pires, marcada por transformações urbanas desde a instalação da FTC [Faculdade, atualmente denominada Unex] em 2015. Segundo ele, a partir daquele momento, o Governo Municipal já percebia que a área se tornaria “um importante vetor de crescimento, exigindo intervenções estruturantes”.

O prefeito relembrou que, naquela época, a região ainda mantinha características de estrada rural. A chegada de empreendimentos privados e a migração para o bairro SIM consolidaram o eixo como um dos mais dinâmicos da cidade.

Ele afirmou: “Quando estivemos aqui na inauguração da FTC, ficamos convencidos de que esta área cresceria de forma assustadora. E cresceu. Hoje, temos praticamente outra cidade dentro de Feira de Santana.”

Crítica ao crescimento horizontal e defesa de planejamento urbano

José Ronaldo foi enfático ao apontar riscos do crescimento horizontal da cidade. Para ele, o modelo “torna mais difícil e caro manter serviços públicos essenciais, como iluminação, transporte e manutenção de vias”. A expansão dispersa, segundo avaliou, exige que o poder público redobre esforços para acompanhar a demanda crescente.

A duplicação, portanto, é apresentada como parte de uma estratégia maior de ordenamento urbano e reorganização do território, preparando a região para novas fases de adensamento populacional. O prefeito defendeu a necessidade de “repensar o modelo de ocupação” e de adotar diretrizes capazes de garantir equilíbrio entre expansão e sustentabilidade.

Parcerias anteriores: FTC, Rodobens e os primeiros passos da urbanização

Ao revisitar decisões de gestões anteriores, José Ronaldo destacou que as primeiras obras da Artêmia Pires foram realizadas graças a parcerias entre o município e instituições privadas. Recordou as reclamações de estudantes da FTC, feitas em programas de rádio, acerca da falta de pavimentação e explicou como a solução foi construída de forma compartilhada.

A prefeitura fez a base e a FTC pagou o asfalto. Foi a primeira parceria. Depois fizemos outra com a Rodobens, levando o asfalto até o Terra Nova”, afirmou.

Esses acordos permitiram que a via começasse a ganhar forma urbana, preparando terreno para empreendimentos residenciais e expansão comercial.

Recuo obrigatório: prevenção para obras futuras

Outro ponto enfatizado foi a lei municipal que exige recuo de 10 metros nas novas construções da região. José Ronaldo classificou essa medida como fundamental para garantir a duplicação da via sem entraves e lembrou que nenhum empreendimento aprovado após a norma deixou de cumpri-la.

Segundo ele, “nenhuma obra será autorizada sem o recuo. Essa lei foi criada justamente para que o município pudesse, no futuro, ampliar esta avenida sem prejudicar moradores ou construir desapropriações caras.”

Esse trecho do discurso reforça que a expansão urbana do bairro SIM foi planejada em etapas, com preocupação em preservar a faixa de domínio necessária para obras de grande porte.

Compromisso eleitoral e resposta à comunidade

José Ronaldo recordou que a duplicação da Artêmia Pires foi uma das bandeiras de sua campanha. Ele destacou que a comunidade cobra melhorias há anos e que o volume de veículos tornou a via incompatível com sua estrutura atual.

“Fizemos esse compromisso na campanha passada e estamos aqui para cumprir. A cidade cresceu muito para esta região, e era preciso agir”, afirmou.

A fala reforça a articulação entre promessa eleitoral, pressão comunitária e execução administrativa.

Durante a coletiva, o prefeito demonstrou seu estilo tradicional de aproximação com o público, fazendo comentários descontraídos e agradecendo aos anfitriões do evento. Ele citou nomes de moradores e figuras da imprensa, brincando sobre o café servido no local.

Em tom leve, disse: “Aqui tem pessoas, como o vereador Marcos Carvalhal e outros amigos, que quando encontram um café de manhã chegam com muita vontade. Então agradeço ao senhor Antônio Diguinho por nos receber com essa gentileza.”

Esse tipo de interação reforça a presença de traços de oralidade e sociabilidade características das cerimônias públicas da gestão.

Projeção de novas obras e integração viária

O prefeito também mencionou o plano já autorizado para construção de um viaduto no Anel de Contorno, etapa futura que permitirá reorganizar o acesso entre a Artêmia Pires e regiões centrais. O trecho entre o Contorno e a FTC – único que ainda não será duplicado imediatamente – funcionará em mão única até a conclusão do viaduto.

Segundo ele, “a obra que estamos autorizando vai atender aproximadamente 88% da avenida em pista dupla. O início do Contorno até a FTC ficará temporariamente em mão única, até o viaduto ficar pronto.”

Essa previsão integra o pacote de intervenções para ampliar a fluidez do trânsito e preparar a região para novos investimentos.

Discurso como instrumento de construção de legitimidade

A longa fala do prefeito revela a busca por situar a duplicação dentro de uma narrativa histórica de planejamento e continuidade administrativa. O resgate de parcerias antigas, decisões legislativas e episódios comunitários reforça uma leitura institucional da Artêmia Pires como obra maturada ao longo do tempo, e não como iniciativa isolada.

O discurso também cumpre a função de construir memória administrativa, vinculando a evolução da região a políticas públicas específicas. A narrativa busca consolidar a interpretação de que o bairro SIM se desenvolveu graças a decisões estratégicas que agora alcançam nova fase.

Apesar da duplicação, os desafios de mobilidade, drenagem, saneamento e adensamento urbano permanecerão no centro do debate municipal. A obra é fundamental para aliviar gargalos, mas exigirá políticas complementares e continuidade de investimentos, especialmente diante da expansão horizontal destacada pelo próprio prefeito.

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