Senado aprova isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil; Ministro Fernando Haddad celebra avanço da medida com apoio do presidente Lula

Projeto aprovado amplia a faixa de isenção, cria taxação sobre altas rendas e entra em vigor em 2026.
Projeto aprovado amplia a faixa de isenção, cria taxação sobre altas rendas e entra em vigor em 2026.

O Senado Federal aprovou na quarta-feira (05/11/2025) o Projeto de Lei 1.087/2025, que isenta do Imposto de Renda (IR) pessoas físicas com rendimentos mensais de até R$ 5 mil e reduz as alíquotas para quem recebe entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350. O texto, que prevê compensação fiscal por meio da taxação de rendas anuais acima de R$ 600 mil, segue agora para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Isenção e compensação fiscal

A proposta, de autoria do Poder Executivo, foi relatada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) e aprovada por unanimidade. O projeto mantém a versão validada pela Câmara dos Deputados, com ajustes de redação, e estabelece que as mudanças entrem em vigor a partir de (01/01/2026).

Segundo Renan, a nova regra beneficiará cerca de 25 milhões de contribuintes, com compensação fiscal proveniente do aumento da tributação sobre cerca de 200 mil pessoas com rendas mais altas. A medida cria um imposto de 10% sobre rendas anuais acima de R$ 1,2 milhão, incluindo dividendos.

Debate e posicionamentos no Senado

Durante a votação, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, destacou o acordo político entre as duas Casas e o Executivo.

“Graças ao esforço conjunto, garantimos que o benefício entre em vigor já em janeiro de 2026”, afirmou.

Dez emendas foram apresentadas, mas todas foram rejeitadas por reduzirem a arrecadação sem apresentar compensação. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) alertou que profissionais liberais fora do regime do Simples Nacional podem ser impactados pela nova cobrança. Já a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) defendeu a proposta, classificando-a como um avanço em justiça tributária.

Ampliação da justiça tributária

O relator Renan Calheiros afirmou que o projeto “corrige distorções históricas” ao diminuir a carga sobre a baixa renda e elevar a incidência sobre os super-ricos. Ele destacou que a isenção atual, limitada a R$ 3.076, não acompanhava a evolução salarial e ampliava a desigualdade.

Pela nova estrutura, investimentos imobiliários e do agronegócio seguem isentos, enquanto lucros e dividendos distribuídos acima de R$ 50 mil mensais passam a ser tributados em 10%, sem deduções.

Complemento legislativo e nova tributação

Temas não incluídos no texto serão tratados no Projeto de Lei 5.473/2025, relatado por Eduardo Braga (MDB-AM), que propõe aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para instituições financeiras e elevação da participação governamental nas apostas de quota fixa (bets) de 12% para 24%.

A votação dessa proposta deve ocorrer até terça-feira (11/11/2025), segundo Renan, e visa garantir neutralidade fiscal ao conjunto de medidas.

Repercussão no governo federal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou a aprovação e destacou que o projeto representa um avanço na justiça social e tributária.

“Demos um passo decisivo para um país mais justo, com um sistema tributário equilibrado”, afirmou em publicação nas redes sociais.

A ministra Gleisi Hoffmann informou que a sanção presidencial ocorrerá até o dia (11/11/2025), após a participação de Lula na COP30, em Belém (PA). Segundo ela, “tributar os super-ricos é fundamental para equilibrar o sistema e financiar a isenção para quem ganha menos”.

Perspectiva econômica e impacto social

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou a aprovação como “um marco na história do país”, ressaltando que a medida estimulará o consumo interno e reduzirá o endividamento das famílias. Ele também reforçou que o projeto é fiscalmente neutro, pois a renúncia de arrecadação será compensada pela tributação de rendas altas.

Haddad explicou que a ampliação da isenção tem efeito multiplicador sobre o poder de compra e pode impulsionar a produção e o emprego, contribuindo para o crescimento econômico sustentável.

Próximos passos e sanção presidencial

Com a aprovação no Senado e o encaminhamento para sanção, o governo federal pretende incorporar a ampliação da faixa de isenção do IR ao conjunto de medidas de estímulo econômico e redução da desigualdade social.

O presidente Lula deve assinar a nova lei até o dia (11/11/2025), garantindo a entrada em vigor das novas faixas de tributação no início de (2026).

*Com informações das Agências Brasil e Senado.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.