STF inicia julgamento de militares acusados de planejar assassinato do ministro Alexandre de Moraes em tentativa de golpe

Sessão avalia denúncia da PGR contra dez réus por participação no núcleo militar de plano golpista de 2022.
Sessão avalia denúncia da PGR contra dez réus por participação no núcleo militar de plano golpista de 2022.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta terça-feira (11/11/2025) o julgamento de dez réus acusados de integrar o núcleo militar da tentativa de golpe de Estado contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no fim de (2022). A denúncia, apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), aponta que o grupo planejou ações armadas e o assassinato do ministro Alexandre de Moraes, também integrante da Corte.

Grupo de militares e policial federal é acusado de liderar execução do plano

Entre os acusados estão nove militares e um policial federal, denunciados por planejar, financiar e executar ações armadas destinadas à ruptura institucional. Segundo a PGR, a maioria dos denunciados pertence às forças especiais do Exército, conhecidas como “kids pretos”, e teria recebido orientações diretas para viabilizar a ofensiva contra as instituições democráticas.

A denúncia sustenta que o núcleo militar foi dividido em três grupos, sendo o principal responsável por elaborar o plano para assassinar Alexandre de Moraes em (15/12/2022), data em que a execução do atentado foi discutida. O crime, segundo o Ministério Público, seria um dos gatilhos para a deflagração do golpe.

Detalhes da acusação e desdobramentos judiciais

A Procuradoria-Geral da República também atribui ao grupo o planejamento de ataques a quartéis e prédios públicos em Brasília, com o objetivo de gerar instabilidade e justificar uma intervenção militar. O esquema envolveria uso de armas, logística e apoio de civis ligados ao movimento golpista.

Os réus respondem pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa armada e posse ilegal de armas e explosivos. Caso sejam condenados, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.

Julgamento e posicionamento das defesas

O julgamento ocorre de forma virtual e será conduzido pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Luís Roberto Barroso, atual presidente da Corte. O relator do processo é o ministro Alexandre de Moraes, que já havia determinado a prisão preventiva de parte dos envolvidos.

As defesas dos réus alegam ausência de provas concretas e sustentam que os militares não participaram de qualquer ação armada ou reunião conspiratória. Argumentam ainda que as denúncias se baseiam em mensagens interceptadas e depoimentos não corroborados por evidências materiais.

Contexto da tentativa de golpe em 2022

A tentativa de golpe investigada teve origem entre novembro e dezembro de 2022, período de transição entre os governos de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo o inquérito, oficiais e civis teriam articulado a ocupação de prédios públicos e a prisão de ministros do STF, com o objetivo de impedir a posse do presidente eleito.

As investigações foram conduzidas pela Polícia Federal (PF) sob autorização do STF e resultaram em centenas de denúncias e prisões. O caso faz parte de um conjunto de 29 ações penais abertas no Supremo envolvendo civis, militares e políticos que teriam colaborado com o plano golpista.

*Com informações da Sputnik News.


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