Bahia anuncia investimento de R$ 10 milhões para revitalizar 22 Câmaras Setoriais Agropecuárias

A Seagri e a FLEM formalizaram um termo de cooperação de R$ 10 milhões para revitalizar até 22 Câmaras Setoriais Agropecuárias na Bahia, com prazo de execução de 12 meses. O projeto prevê reorganização institucional, reuniões periódicas, caravanas técnicas e apoio logístico aos participantes. A iniciativa busca fortalecer cadeias produtivas estratégicas, recuperar mecanismos de diálogo e aprimorar a formulação de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento agropecuário.
Secretário Pablo Barrozo e o diretor-presidente da FLEM, Rodrigo Hita, durante a assinatura do termo de cooperação na Fenagro 2025, em Salvador; acordo prevê R$ 10 milhões para revitalização de 22 Câmaras Setoriais agropecuárias na Bahia.

A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri) firmou, nesta segunda-feira (01/12/2025), um termo de cooperação com a Fundação Luís Eduardo Magalhães (FLEM) para revitalizar e implantar até 22 Câmaras Setoriais de cadeias produtivas agropecuárias no estado, com investimento previsto de R$ 10 milhões e execução em 12 meses. A iniciativa busca recuperar espaços de diálogo que perderam continuidade ao longo dos anos e fortalecer a formulação de políticas públicas estratégicas.

O termo assinado durante reunião da Câmara Setorial do Sisal, na Fenagro 2025, estabelece recursos diretos da Seagri para reorganizar estruturas e reativar mecanismos de consulta entre governo, produtores e sociedade civil. As câmaras contempladas abrangem Algodão, Carne, Leite, Florestal, Aves, Pesca e Aquicultura, Grãos, Mel, Cacau, Sisal, Citrus e Dendê, setores considerados essenciais para o agronegócio e para a economia regional baiana.

Segundo o secretário Pablo Barrozo, o investimento representa mais que apoio financeiro: trata-se de reafirmação do compromisso estadual com o desenvolvimento produtivo e o fortalecimento institucional. Barrozo destacou que a parceria permitirá gestão mais eficiente, planejamento continuado e coordenação efetiva das políticas setoriais.

O diretor-presidente da FLEM, Rodrigo Hita, ressaltou que a decisão da Seagri tem peso político relevante, especialmente pela recomposição do orçamento destinado às câmaras e pela ampliação da capacidade administrativa e técnica para execução das ações.

Estruturação prática e execução das ações previstas

O coordenador das Câmaras Técnicas da Seagri, Assis Pinheiro Filho, informou que os recursos serão destinados à mobilização de produtores, à contratação de profissionais, à organização das reuniões e à estruturação formal das câmaras, com titulares e suplentes indicados pelas instituições participantes. O orçamento também cobrirá transporte, hospedagem e diárias, garantindo condições logísticas adequadas para representantes de diferentes regiões do estado.

O projeto inclui ainda a realização de caravanas técnicas, mecanismo que permitirá visitas a locais estratégicos das cadeias produtivas. Nessas atividades, os participantes poderão conhecer práticas de referência, receber orientações especializadas e trocar experiências, contribuindo para difusão de conhecimento e qualificação das políticas.

As câmaras funcionarão com quatro reuniões ordinárias anuais e encontros extraordinários conforme necessidade, voltando a operar de forma continuada após anos de desarticulação institucional.

Importância institucional das Câmaras Setoriais

As Câmaras Setoriais Agropecuárias da Bahia são instâncias consultivas que integram representantes do poder público, setor produtivo e sociedade civil. Sua função é propor políticas, programas e ações voltadas ao desenvolvimento das cadeias produtivas prioritárias do estado. A retomada dessas estruturas representa, segundo técnicos do setor, um passo decisivo para modernizar o planejamento agropecuário e fortalecer a governança das políticas públicas.

Reconstrução institucional e desafios de continuidade

A reativação das câmaras setoriais simboliza uma tentativa de recompor espaços tradicionais de governança que haviam perdido ritmo e influência ao longo do tempo. A injeção de recursos assegura condições materiais para retomar agendas técnicas, mas o desafio permanece no campo da continuidade política, especialmente em setores que exigem articulação permanente entre produtores, governo e instituições de pesquisa.

Outro ponto relevante é a capacidade de transformar diagnósticos em políticas efetivas. A estrutura colegiada, embora essencial para participação social, historicamente enfrenta dificuldades de implementação quando há mudanças administrativas ou disputas internas entre segmentos produtivos. O novo termo de cooperação será testado justamente na sua habilidade de superar essas descontinuidades.

A projeção positiva depende, portanto, da manutenção do diálogo institucional, da qualificação técnica das propostas e da disciplina de planejamento ao longo dos 12 meses previstos.


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