O Flamengo ampliou sua galeria de conquistas ao derrotar o Pyramids, campeão da Liga dos Campeões da CAF, por 2 a 0, neste domingo, no Catar, e levantar a Copa Challenger da FIFA. O resultado confirma uma quinzena histórica para o clube, que soma quatro títulos em apenas duas semanas, incluindo Libertadores, Campeonato Brasileiro e o Dérbi das Américas da FIFA, além de garantir vaga na final da Copa Intercontinental FIFA Catar 2025, contra o PSG.

A vitória em Al Rayyan reforça um período excepcional do Flamengo no cenário nacional e internacional. Em um intervalo curto de tempo, o clube foi campeão da Copa Libertadores da CONMEBOL, do Campeonato Brasileiro da Série A 2025 e do Dérbi das Américas da FIFA, após superar o Cruz Azul, vencedor da Concacaf. A conquista da Copa Challenger da FIFA amplia o alcance global dessa sequência.

O triunfo no Estádio Ahmad Bin Ali foi construído diante de um adversário competitivo. O Pyramids, representante africano e atual campeão continental, impôs intensidade e resistência ao longo da partida, exigindo maturidade tática e controle emocional da equipe rubro-negra.

Sob o comando de Filipe Luís, o Flamengo mostrou organização defensiva, eficiência nas bolas paradas e capacidade de administrar o ritmo do jogo, atributos que têm marcado o time ao longo da temporada decisiva de 2025.

De Arrascaeta decide novamente em jogo internacional

Mais uma vez, Giorgian De Arrascaeta foi decisivo em uma final internacional. O meia uruguaio, destaque recente no Dérbi das Américas, participou diretamente dos dois gols da partida, reafirmando seu papel central na equipe.

Na metade do primeiro tempo, De Arrascaeta cobrou falta com precisão, encontrando Léo Pereira, que subiu bem para abrir o placar de cabeça. O gol deu tranquilidade ao Flamengo e obrigou o Pyramids a se expor mais ofensivamente.

Sete minutos após o intervalo, o roteiro se repetiu. Em nova jogada de bola parada, o camisa 14 fez a assistência para Danilo, que, assim como na final da Libertadores, apareceu no momento certo para ampliar o placar e definir o confronto em 2 a 0.

Controle do jogo garante vaga na final intercontinental

Apesar da pressão do time egípcio em determinados momentos, o Flamengo manteve o controle da partida até o apito final. A solidez defensiva e a experiência em decisões internacionais impediram qualquer reação efetiva do Pyramids.

Com o resultado, o clube brasileiro assegurou vaga na final da Copa Intercontinental da FIFA Qatar 2025™, patrocinada pela Aramco, onde enfrentará o Paris Saint-Germain, campeão da Liga dos Campeões da UEFA.

A decisão será disputada na quarta-feira, novamente no Estádio Ahmad Bin Ali, às 20h (horário local), encerrando o calendário internacional do ano e definindo o campeão intercontinental de 2025.

Flamengo faz história no novo formato da competição

Após o título do Pachuca, do México, na edição inaugural da Copa Challenger da FIFA em 2024, o Flamengo se tornou o primeiro campeão sul-americano da competição e também o primeiro clube do continente a alcançar a final no novo formato do torneio.

A conquista reforça o protagonismo brasileiro em competições globais organizadas pela FIFA e recoloca clubes sul-americanos em posição de destaque diante dos campeões europeus, africanos e das Américas do Norte e Central.

A temporada 2025 do Flamengo foi marcada por uma sequência rara de títulos e vitórias decisivas, especialmente no segundo semestre. Com base nos resultados consolidados até dezembro, seguem todas as vitórias do Flamengo em finais e jogos que resultaram diretamente em títulos oficiais em 2025, organizadas de forma objetiva e verificável.

Vitórias do Flamengo em 2025 que resultaram em títulos

Copa Libertadores da CONMEBOL 2025

Final: Flamengo venceu o adversário da decisão continental (novembro de 2025)
Resultado: Vitória em jogo único decisivo
Título conquistado: Campeão da América do Sul
Relevância: Consolidação do Flamengo como potência continental e credencial para competições da FIFA

Campeonato Brasileiro – Série A 2025

Campanha: Liderança consolidada ao fim das 38 rodadas
Vitória decisiva: Jogos finais que asseguraram matematicamente o título
Título conquistado: Campeão Brasileiro
Relevância: Regularidade nacional e domínio em pontos corridos

Dérbi das Américas da FIFA 2025

Final: Flamengo 2 × 0 Cruz Azul (México)
Local: Catar
Resultado: Vitória em jogo único
Título conquistado: Campeão do Dérbi das Américas da FIFA
Relevância: Superou o campeão da CONCACAF e abriu a sequência internacional no Catar

Copa Challenger da FIFA 2025

Final: Flamengo 2 × 0 Pyramids (Egito)
Local: Estádio Ahmad Bin Ali, Al Rayyan (Catar)
Gols: Léo Pereira e Danilo
Título conquistado: Campeão da Copa Challenger da FIFA
Relevância: Primeiro clube sul-americano campeão do torneio e classificação para a final intercontinental

Vitórias classificatórias de alto impacto em 2025

Além dos títulos, algumas vitórias tiveram peso estrutural na temporada, ainda que não tenham sido finais únicas:

• Vitórias decisivas na fase final do Brasileirão, que garantiram o título antecipadamente
• Vitórias nas semifinais e quartas da Libertadores, fundamentais para a conquista continental
• Vitória internacional sobre o Cruz Azul, que abriu caminho para o calendário FIFA no Catar

Situação ao fim de 2025 (até dezembro)

• Títulos conquistados: 4
• Vitórias em finais internacionais: 2
• Competições FIFA vencidas: 2
• Final ainda a disputar: Copa Intercontinental da FIFA Catar 2025, contra o PSG

Protagonismo esportivo e desafio europeu

A sequência de títulos do Flamengo em 2025 não pode ser interpretada como fruto de circunstâncias episódicas ou de um calendário favorável. Ela expressa a maturação de um projeto esportivo consistente, ancorado em planejamento de longo prazo, gestão profissional do elenco e uma clara hierarquia técnica dentro e fora de campo. O clube combinou experiência competitiva, capacidade de leitura tática e eficiência em momentos decisivos — atributos que historicamente diferenciam equipes vencedoras de campanhas apenas circunstanciais.

O desempenho no Catar é particularmente revelador. Ao superar adversários de diferentes escolas futebolísticas, o Flamengo demonstrou adaptação a contextos competitivos diversos, controle emocional em ambiente neutro e compreensão estratégica do jogo internacional, onde detalhes — bola parada, transições e gestão do ritmo — costumam definir títulos. Esse repertório reforça a condição do clube como ator relevante no circuito global, e não apenas como potência regional.

Ainda assim, a final contra o PSG impõe um salto qualitativo inequívoco. O campeão europeu representa um modelo de futebol sustentado por intensidade física extrema, profundidade de elenco e execução técnica em altíssimo nível, apoiado por estruturas financeiras e competitivas muito superiores às da América do Sul. O confronto funciona, portanto, como um teste de realidade, capaz de medir não apenas a qualidade pontual do Flamengo, mas o grau de aproximação — ou distância estrutural — entre os dois continentes.

Nesse sentido, o resultado da decisão é menos relevante do que o desempenho. Competir em igualdade, sustentar intensidade ao longo dos 90 minutos e impor momentos de domínio já configurariam um avanço simbólico importante. Uma vitória, por outro lado, teria peso histórico ao desafiar uma lógica consolidada do futebol contemporâneo, marcada pela hegemonia europeia nas competições intercontinentais.

Independentemente do desfecho, o Flamengo encerra 2025 com protagonismo internacional inequívoco, sustentado por títulos, regularidade e presença constante em decisões. Não se trata apenas de acumular troféus, mas de vencer jogos de alta exigência, contra campeões continentais, em palcos neutros e sob pressão máxima — critério que sempre definiu as grandes temporadas do futebol.

Por isso, a comparação com 1981 não é retórica vazia. Assim como naquela temporada, o Flamengo de 2025 ultrapassa o limite doméstico e se insere no debate global, recolocando o futebol brasileiro em rota de confronto direto com a elite europeia. Caso supere o PSG, o ano deixará de ser apenas vitorioso: será elevado à condição de marco histórico, não apenas para o clube, mas para o próprio futebol sul-americano.