Compradores internacionais de cacau e chocolate conheceram de perto o universo produtivo do Sul da Bahia durante uma missão organizada pelo Sebrae nos dias 25 e 26 de novembro de 2025, com visitas a fazendas, fábricas e marcas regionais. A ação integrou as etapas preparatórias da e-Agro 2025, realizada pelo Sistema Faeb/Senar e pelo Sebrae Bahia, entre 27 e 29 de novembro, no Centro de Convenções de Salvador.
A missão internacional promovida pelo Sebrae no Sul da Bahia apresentou a força da cadeia do cacau e do chocolate de origem a compradores de diversos países, com visitas técnicas, degustações e integração com produtores locais. A iniciativa buscou ampliar oportunidades de negociação, fortalecer a imagem da região no mercado global e consolidar o cacau baiano como produto de excelência com alta demanda internacional.
A programação foi estruturada para proporcionar uma experiência direta no território de origem, aproximando compradores estrangeiros da realidade produtiva regional. Entre os dias 25 e 26 de novembro de 2025, a comitiva visitou fazendas tradicionais, unidades de produção de cacau fino e fábricas de chocolate bean-to-bar, observando práticas de manejo, fermentação, secagem e transformação do fruto.
Segundo o gestor de projetos do Sebrae em Ilhéus, Neorley Carvalho, a missão cumpriu plenamente o papel de apresentar o potencial competitivo da região.
“Trouxemos compradores de países diferentes para viver essa experiência de campo, entender o modo de produção e sentir a qualidade do nosso cacau e do nosso chocolate. A missão cumpriu o propósito de gerar conexões reais, ampliar possibilidades de negociação e fortalecer a imagem da região como produtora de excelência”, afirmou.
As atividades da missão fizeram parte do ciclo preparatório para a e-Agro 2025, feira que reúne produtores rurais, empresas do agro, instituições de crédito e cadeias de valor em busca de inovação e abertura de novos mercados. O Sul da Bahia, principal polo cacaueiro do país, foi apresentado como território estratégico para negócios sustentáveis e de alto valor agregado.
Conexão entre produtores e compradores internacionais
Para o coordenador de Relações Internacionais da CNA, Rodrigo Matta, a missão amplia a confiança e cria canais diretos de comercialização.
“Esse tipo de missão cria pontes concretas. Quando trazemos compradores para conhecer o território, fortalecemos a confiança, ampliamos o entendimento sobre o produto e abrimos espaço para negócios que valorizam o produtor e qualificam ainda mais o cacau brasileiro”, disse.
A compradora canadense Grasiela Junges de Oliveira também ressaltou o impacto do contato direto com as comunidades produtoras.
“Ver de perto como o cacau é cultivado, conhecer as histórias das famílias e experimentar chocolates produzidos com tanto cuidado muda completamente a forma como olhamos para o produto. A Bahia tem um potencial extraordinário e essa vivência reforça o valor do chocolate brasileiro no mercado internacional”, declarou.
Já o comprador japonês Helio Galvão Ciffoni destacou a surpresa ao conhecer a diversidade e a história do cacau sul-baiano.
“Eu não imaginava a riqueza desse território, a diversidade de sabores e a forma tão especial de cultivar o cacau. Experimentar o mel de cacau foi uma experiência única. É realmente impressionante ver como tradição e inovação caminham juntas aqui”, observou.
Encontro final na Colina Benevides fortalece redes locais
O encerramento da programação, na quarta-feira (26), ocorreu na Colina Benevides, em Ilhéus, reunindo compradores, comunicadores e produtores da região. O encontro serviu como ambiente de integração entre diferentes elos da cadeia produtiva e reforçou a estratégia de posicionar o cacau sul-baiano entre os produtos premium no mercado internacional.
Participaram também Diego Ernesto Cabelloy (Filipinas), Mahmoud Ahmed Ahmed Ismail (Dubai), Roberto Vianna, consultor de Exportação do Projeto Agro.BR da CNA, e o vice–presidente do Sindicato Rural de Uruçuca, Aguido Muniz, além de produtores locais e representantes institucionais.
A diversidade de perfis dos visitantes evidenciou o interesse crescente pelo cacau de origem, pelos chocolates artesanais brasileiros e pela capacidade do Sul da Bahia de competir em mercados exigentes, valorizando terroir, qualidade e sustentabilidade.
O cacau baiano diante da nova geografia global dos alimentos
A iniciativa conduzida pelo Sebrae dialoga com um movimento global de valorização de produtos de origem, no qual o cacau sul-baiano se posiciona com vantagens competitivas claras. A presença de compradores da Ásia, América do Norte, Oriente Médio e Filipinas indica um interesse crescente por cadeias produtivas sustentáveis, rastreáveis e de alto valor agregado.
Ao aproximar produtores e mercados, a missão cria condições para ampliar exportações e profissionalizar ainda mais a produção regional. No entanto, a consolidação do cacau baiano como referência internacional depende de políticas contínuas de apoio técnico, melhoria logística e expansão da infraestrutura produtiva. A estratégia regional ganha força quando alinhada à tradição agrícola da Bahia, que preserva o sistema cabruca e sua relevância ambiental.
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