O Projeto Cacau com Florestas no Extremo Sul da Bahia foi lançado com a meta de contribuir para a retirada de mais de 800 pessoas da pobreza até 2027, por meio de assistência técnica continuada, apoio à produtividade e conexão responsável ao crédito para agricultores familiares e cacauicultores. A iniciativa resulta da parceria entre a Suzano e o Instituto Arapyaú, com atuação inicial em 11 municípios e previsão de expansão regional.
Região historicamente relevante para a produção de cacau, o Extremo Sul da Bahia passa a contar com um programa estruturado para enfrentar gargalos que limitam a renda rural. O projeto atende produtores em diferentes estágios de produção, com foco na organização técnica, na elevação da produtividade e na sustentabilidade econômica e ambiental das propriedades.
Segundo André Becher, gerente de Desenvolvimento Socioambiental da Suzano, um dos entraves centrais é o baixo acesso à assistência técnica, fator que reduz a capacidade de os produtores acessarem linhas de financiamento. “Apenas 15% dos produtores já conseguiram crédito. As alternativas disponíveis hoje são inacessíveis ou inadequadas para pequenos produtores”, afirma. O projeto surge para superar essa barreira estrutural, alinhando técnica, gestão e financiamento.
Assistência técnica qualificada e crédito orientado
O eixo central da iniciativa é a assistência técnica de qualidade, com acompanhamento direto aos produtores para orientar decisões, organizar prioridades e acelerar resultados de forma sustentável e escalável. As frentes de trabalho incluem adubação, calagem, manejo eficiente, adensamento de lavouras, além de beneficiamento do cacau e agregação de valor.
Quando possível e viável, o acesso ao crédito será conectado via Fundo Kawá, mecanismo que combina capitais de diversas fontes para oferecer financiamento direcionado a pequenos produtores de cacau, reduzindo riscos e ampliando a inclusão financeira no campo.
Alcance territorial e expansão prevista
Na fase atual, o projeto atua nos municípios de Alcobaça, Caravelas, Ibirapuã, Itamaraju, Lajedão, Medeiros Neto, Mucuri, Nova Viçosa, Prado, Teixeira de Freitas e Vereda. Há previsão de expansão para Eunápolis, Belmonte, Itajimirim, Guaratinga e Porto Seguro, ampliando o impacto regional e a escala das cadeias sustentáveis do cacau.
Sustentabilidade, renda imediata e práticas de baixo custo
A implementação ocorrerá até 2027, conciliando práticas sustentáveis de baixo custo — como biocalda, adubação orgânica e controle alternativo de pragas — com o cultivo consorciado de cacau com mandioca e hortaliças, estratégia voltada à geração de renda imediata enquanto a lavoura perene se desenvolve.
Parceria comunitária e desenvolvimento local
Para a Suzano, o projeto reforça uma estratégia de parceria com comunidades vizinhas às operações da empresa. “Buscamos geração de renda, fortalecimento técnico e autonomia financeira, com qualidade de vida e empoderamento. Nosso compromisso é reduzir a pobreza e construir relações baseadas no diálogo aberto, respeito mútuo e parceria”, destaca André Becher.
Assistência técnica como política de desenvolvimento
O Projeto Cacau com Florestas dialoga com um diagnóstico conhecido da agricultura familiar brasileira: sem assistência técnica contínua, o crédito não chega, a produtividade não avança e a renda permanece instável. Ao integrar técnica, financiamento e práticas sustentáveis, a iniciativa ataca o problema pela raiz.
O desafio, contudo, está na capilaridade e na manutenção da qualidade do acompanhamento ao longo do tempo, especialmente com a expansão territorial prevista. A governança do crédito, a adaptação às realidades locais e a mensuração transparente de resultados serão decisivas para transformar metas em impacto socioeconômico duradouro.
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