Um levantamento divulgado nesta sexta-feira (05/12/2025) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que 3,1 milhões de moradores de favelas brasileiras vivem em vias onde não passam veículos motorizados, como ambulâncias ou caminhões de lixo. O número representa 19,1% da população das favelas, enquanto fora desses territórios apenas 1,4% da população enfrenta restrições semelhantes.
O estudo integra o suplemento Favelas e comunidades urbanas: características urbanísticas do entorno dos domicílios, baseado em dados do Censo 2022, e revela que apenas 62% dos moradores de favelas residem em vias capazes de receber caminhões, ônibus e veículos de carga. Entre a população fora das favelas, esse percentual chega a 93,4%.
Segundo Filipe Borsani, chefe do Setor de Pesquisas Territoriais do IBGE, 38% dos moradores de favelas têm vias que limitam o acesso a serviços essenciais, incluindo transporte de cargas, coleta de lixo e atendimento de saúde emergencial, tornando a logística urbana nesses locais mais complexa.
Impactos na prestação de serviços essenciais
O levantamento destaca que as limitações viárias das favelas dificultam o atendimento a serviços públicos e privados. Ambulâncias, caminhões de lixo e veículos de emergência enfrentam obstáculos para acessar esses territórios, enquanto moradores dependem de motos, bicicletas ou deslocamento a pé para transporte e deslocamento diário.
O estudo define como vias os becos, vielas, escadarias, palafitas e outros locais similares, adotando critérios que consideram apenas os 656 municípios com registro de favelas, garantindo comparações consistentes entre áreas urbanas e comunidades.
A ausência de acesso adequado impacta diretamente a saúde, limpeza urbana e mobilidade, evidenciando a necessidade de investimentos em infraestrutura viária para integrar as favelas ao restante do município e garantir serviços básicos.
Distribuição populacional e condições de moradia
Em 2022, o Brasil possuía 16,4 milhões de habitantes vivendo em 12.348 favelas, distribuídos em 6,56 milhões de domicílios, conforme dados do IBGE divulgados em novembro de 2024. O estudo reforça que a limitação de acesso não afeta apenas mobilidade, mas também impacta qualidade de vida e inclusão urbana.
As diferenças estruturais entre favelas e áreas urbanas consolidadas mostram que a maioria da população fora de favelas habita vias adequadas para veículos de grande porte, enquanto moradores das comunidades enfrentam restrições que podem comprometer resposta a emergências e serviços urbanos essenciais.
O IBGE aponta que a questão da infraestrutura viária nas favelas é um fator crítico para políticas públicas, planejamento urbano e programas de integração social, evidenciando a necessidade de priorização de investimentos e soluções urbanísticas para melhorar o acesso aos serviços.
*Com informações da Agência Brasil.
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